* Após a postagem de Introdução e a segunda postagem "Fase 1: Entendendo o que é um Currículo Cristão", essa é a terceira de uma série de postagens que tem como objetivo incentivar e orientar passo-a-passo educadores e escolas cristãs a adotarem um currículo próprio e distintivamente cristão.
FASE 2 - PARA QUÊ ENSINAR?
ESTABELECENDO ALVOS E OBJETIVOS CRISTÃOS:
Problemas
e Limitações dos Alvos Seculares
Por
quê ensinar o que ensinamos? Quais os alvos que temos na educação de nossas
crianças? Na educação secular, o alvo às
vezes é colocado 1) na aquisição de informação (ênfase no acúmulo e memorização
de fatos), ou 2) no desenvolvimento de capacidades mentais (ênfase na
inteligência e raciocínio lógico, abstração, dedução, etc.), às vezes é 3) social
(focalizando as necessidades do indivíduo para funcionar bem na sociedade, seja
ela militar, democrática, industrial, globalizada, etc.) E outras vezes o alvo
é 4) desenvolver a criatividade e a auto-expressão dos alunos (ênfase em
atividades e experiências construtivas). E, no mundo pós-moderno, não seria
exagero dizer que o novo objetivo é 5) negar que existam objetivos, e que de
alguma forma os conhecimentos emergirão da vida dos alunos, o que põe em cheque
qualquer tipo de ensino sistemático. Descartando essa quinta corrente (embora
nem sempre descartando os seus métodos e livros didáticos), os educadores
cristãos normalmente se vêem encurralados entre os quatro primeiros objetivos
seculares mencionados, sentindo que nenhum deles é alto o suficiente para
expressar nossa perspectiva cristã, mas sem saber indicar qual deles seria o
objetivo mais apropriado ou qual seria o problema com os demais.
Na
realidade, como explica Jaarsma, todos esses quatro primeiros alvos têm seu
lugar, mesmo na educação cristã, desde que se ressalte as suas deficiências e
suas peculiaridades anti-cristãs, por exemplo: que aprender inclui, mas não se
consuma em decorar fatos; que as disciplinas mentais - lógica, argumentação,
etc., não garantem a aquisição da sabedoria; que embora a educação possa ter
como alvo preparar o aluno para a sociedade em que vive, ela deve saber que a
sociedade ou os sistemas políticos não são os nosso deuses e que nós servimos a
sociedade melhor quando somos bons cidadão do reino de Deus; e que é uma tolice
enfatizar a expressão quando o aluno não tem o que expressar, ou expressa
coisas más; e que essa "educação sem alvos" pós moderna no fundo tem
como alvo a rejeição de qualquer sistema que tenha alvos, qualquer visão de
mundo e interpretações absolutas, em especial o cristianismo.
A
falta mais grave dessas perspectivas está em ignorar ou negligenciar o alvo
maior da educação cristã, a glória de Deus através do desenvolvimento
espiritual das crianças e, consequentemente, em elevar como alvo um aspecto (a
memória, a racionalidade, a sociabilidade, a criatividade) em detrimento da
integralidade da vida humana como ensinada nas Escrituras Sagradas. Essa
integralidade é expressa, na Bíblia, por meio do compromisso do coração com
Deus, do amor, da fé e da obediência dentro de um relacionamento com Deus e de
uma vida restaurada por Cristo, vivida na presença de Deus, lutando contra o
mal que resta em nós e no mundo.
Definindo os nossos Objetivos Cristãos
1) A Glória de Deus
Qual
é então o propósito distintivo do currículo cristão? A educação reformada deve
estabelecer o alvo correto de sua instrução tendo como fundamento os princípios
bíblicos. O que torna a fé reformada distinta de todas as demais religiões é
que ela é centralizada na pessoa de Deus e estabelece que o propósito da vida
humana é a glória de Deus. Como uma função importantíssima e formativa do homem,
a educação não poderia fugir a esse propósito último: a glória de Deus. Em
outras palavras, o propósito da educação reformada é teocêntrico. A glória de
Deus é entendida na Bíblia em contraposição à glória e o louvor do homem, tão
enfatizada na educação secular atual. Mas como é que Deus é glorificado na
educação de nossas crianças, e mais especialmente, em nosso currículo cristão?
Ora, a educação tem como alvo a glória de Deus e a promoção do Reino de Deus no
mundo através da transmissão de verdades
que visam a formação de homens tementes a Deus, sábios, comprometidos com a
maneira de pensar de Cristo e conscientes de que sua vocação constitui um
chamado religioso.
2) A Formação Pessoal
Vemos,
assim, que o alvo teocêntrico da glória de Deus proporciona ao currículo
cristão um foco apropriado: Quanto ao
seu foco de atuação, o currículo cristão não precisa ficar encurralado entre os
alvos individuais e sociais. Ele tem um objetivo individual (o desenvolvimento e amadurecimento da criança como
filho de Deus) e um objetivo social (o serviço nesse mundo por meio do
exercício das vocações dadas por Deus para a promoção do Reino de Deus), mas entendemos
que o fim social só pode ser obtido por meio do individual, estando a ele
subordinado. Pois a educação cristã não serve primeiramente a ditames sociais;
ela é individualista no sentido de focalizar e lidar e trabalhar com cada
criança individualmente, buscando desenvolver os seus dons únicos dados por
Deus, sim, mas para o serviço altruísta, e nunca para fins egoístas. (A. S. De
Jong. Em Fundamentos da Educação Cristã,
p. 221)
3) A Educação Integral
Quanto
à sua abrangência, o currículo cristão
tem como alvo a formação do homem integral por meio de um currículo amplo
que busque desenvolver todas as esferas da existência humana. Estas, por sua
vez, se unificam e dependem especialmente do aspecto espiritual e moral, ou
seja, do relacionamento correto do homem com Deus, por meio da fé em Cristo e da
Obediência à Palavra de Deus. Entendendo que a integralidade do aluno flui da
sua vida espiritual, o currículo cristão tem como objetivo maior pôr o aluno
face a face com Deus e com as Suas demandas sobre toda a sua vida para que ele
se submeta de coração a elas. Isso é verdadeiro aprendizado cristão. E isso é
feito exatamente por meio da transmissão de verdades. O currículo cristão,
portanto, enfatiza, além do aspecto espiritual, a memorização, a compreensão, a
aceitação e a obediência às verdades de Deus, parecendo, por vezes, mais intelectual
do que expressivo, mais tradicional do que construtivista.
4) A Busca da Perfeição
Segundo
II Timóteo 3:17, o alvo, o fim supremo do currículo cristão é a perfeição. Primeiro, no sentido do
amadurecimento e crescimento do aluno: "a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Para isso, o
currículo precisa ser sistemático e progressivo, exigente e disciplinado,
formativo e ativo, sempre respeitando as fases do desenvolvimento infantil, mas
colocando diante da criança o "alimento" adequado para que ela cresça
não só em estatura, mas em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. E nosso
currículo busca também a perfeição no sentido da imitação de Cristo, para que o
aluno alcance "a medida da estatura de Cristo", sempre buscando
pensar como Cristo, sentir como Cristo e agir como Cristo, imitando sua fé, sua
obediência, sua sabedoria, sua humildade, seu amor pelas almas e pelos irmãos, e
a realização das obras de Deus.
Desenvolvendo
os Objetivos Cristãos em Objetivos Educacionais
Partindo
do ensino bíblico e dos mais altos alvos cristãos que temos tanto para o
desenvolvimento pessoal dos nossos alunos como para a promoção do reino de Deus
no mundo, torna-se necessário desenvolver uma lista de objetivos gerais e
específicos para o aluno, os quais irão nos guiar na escolha dos conteúdos e
atividades que mais corroborem para que se alcancem esses fins.
1) Objetivos Gerais da Educação Cristã:
Um
currículo que busca contribuir para a glória de Deus e para a formação
individual do homem perfeito incluirá objetivos gerais que contribuirão para a
formação integral da criança, como os seguintes:
Promover a glória de Deus e o Reino de
Deus no mundo através da transmissão de verdades que visam a formação de
crianças tementes a Deus, sábias, comprometidas com a maneira de pensar de
Cristo e conscientes de que sua vocação constitui um chamado religioso.
Capacitar o homem a conhecer melhor a
Deus e as suas obras através da Sua revelação na natureza em conjunto com a
revelação escrita e em Cristo. Quando a educação cumpre esse propósito, e o
ensino das diversas disciplinas como a matemática, as línguas, as ciências, a
história, refletem os atributos e a Glória do Deus criador e redentor, e leva
os alunos a louvarem a Deus pelo Seu poder e sabedoria, então essa educação
está contribuindo para a glória de Deus.
Reconhecer a criança como um ser criado
por Deus, mas também caído e corrompido, que não pensa, não age, não quer e não
pode fazer o que é bom, e que precisa de Cristo e de um novo coração a fim de
que possa agradar a Deus e fazer o que é bom.
Ser instrumento de Deus para a
santificação do homem, com o que o homem vai tendo a imagem de Deus restaurada
em si, sendo progressivamente capacitado a honrar a Deus. (compreende a
santificação da mente, corpo, coração, moral, atos ou espírito).
Permitir ao homem amadurecer
espiritualmente, o que é evidenciado pelo nível de imitação de Cristo. À medida
que a imitação de Cristo é buscada na tarefa educacional, esta estará
glorificando a Deus. Cristo deve ser imitado pelos crentes em sua
personalidade, exemplos e atos.
Levar seus agentes a conhecerem mais, a
aprenderem a praticar e a aplicar na vida diária o conhecimento em forma de sabedoria,
e os frutos do Espírito, como revelados em Gálatas: o amor, a alegria, a
paz, a paciência, a bondade, a benignidade, a fidelidade, a mansidão e o
domínio próprio. A educação cristã precisa servir a esse propósito duplo e deve
estar dominada em todos os seus intentos e atividades pela busca da sabedoria e
desses frutos do Espírito.
Capacitar o homem a servir a Deus
melhor, através do desenvolvimento dos dons que recebeu para serviço a Deus e
ao próximo. (objetivo da formação social)
Capacitar o homem a cumprir
adequadamente o mandato de Deus para a criação: “podemos dizer que um dos
principais propósitos da educação de um ser humano deve ser ensiná-lo sobre
como governar a criação de maneiras que honrem e agradem a Deus.” (ADAMS, 1982,
p. 27) (objetivo cultural)
Ensinar os jovens a pensarem e agirem
biblicamente em tudo o que fizerem, principalmente na sua especialidade (ADAMS,
1982). Como a Bíblia é a regra última para a conduta do crente em todas as
áreas da sua vida, poderíamos dizer também que o propósito da Educação cristã é
ensinar os alunos a aplicar o ensino bíblico à sua vida prática, de maneira
especial na sua vocação profissional e nas atividades em que está mais
envolvido. Se o aluno quer ser professor de matemática, ele deve aprender a
pensar biblicamente sobre como ele pode vir a glorificar a Deus em sua
profissão. Quem preferir se dedicar à pesquisa científica irá se empenhar em
aplicar os ensinamentos bíblicos à atividade científica, da mesma maneira que
uma dona de casa é chamada a conhecer, estudar e aplicar os princípios bíblicos
em suas tarefas diárias. É na escola cristã que o futuro historiador cristão
conhecerá as bases e os fundamentos de como a história humana pode ser estudada
para a glória de Deus. Para que tudo isso seja feito, é necessário que os
jovens sejam desde cedo instruídos nessa prática de aplicar a teologia à vida
prática. (objetivo do desenvolvimento pessoal)
Preparar o aluno para a vida diária na terra.
Isso significa que o aluno deve saber aplicar as verdades de Deus em todas as
atividades que realizar em seu dia a dia. Beeke comenta que “assim como toda a
vida está debaixo das ordenanças e da direção divina, todos os estudos devem
ser ensinados num contexto bíblico” (BEEKE, [2003?], p. 6). O mandamento
bíblico em I Coríntios 10:31 deixa claro que toda a vida do crente, desde as atividades
mais simples de sua subsistência, passando pelo seu trabalho e relacionamentos
devem ser dirigidos pela Palavra de Deus e para a Sua glória: “Portanto, quer
comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória
de Deus”. Esse objetivo compreende o desenvolvimento acadêmico e vocacional dos
alunos.
2) Objetivos Específicos do Currículo:
Para o Desenvolvimento Espiritual:
1. Ensinar a Bíblia
como a Palavra infalível de Deus, assim como uma regra absoluta para a vida, e
desenvolver uma atitude de respeito para com ela.
2. Ensinar as
doutrinas básicas cristãs.
3. Ensinar a
verdade de Deus encontrada nas diversas disciplinas e buscar observar as
inter-relações entre as verdades da Palavra de Deus.
4. Enfatizar a
necessidade que cada aluno tem de uma experiência de conversão espiritual, que
só pode acontecer mediante o reconhecimento, pela obra do Espírito Santo, da
condição de miséria em que se encontram, da libertação que têm em Cristo e da
gratidão a Ele.
5. Enfatizar os atributos
santos de Deus e a Sua soberania absoluta em conjunto com a responsabilidade e
o dever que cada ouvinte do Evangelho tem para com Deus de lhe prestar contas.
6. Ensinar a
sabedoria, entendida como um uso sábio e apropriado do conhecimento, que se
baseia na humilde dependência do Espírito Santo e na submissão à vontade de
Deus, porque “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (A BÍBLIA...,
Provérbios 1:7)
7. Prover para as
necessidades espirituais dos alunos. Embora a educação reformada reconheça que
só Deus pode salvar as almas dos alunos, a Bíblia revela que Ele o faz através
de meios, e esses meios são determinados na Bíblia e devem ser devidamente
utilizados na educação cristã, como o ensino da Lei de Deus e a aplicação da disciplina.
A educação cristã deve almejar o crescimento espiritual dos alunos.
Para o Desenvolvimento
Pessoal ou Moral:
1. Ajudar os alunos
a aprender o que significa ser um ser humano criado por Deus, tanto
espiritualmente, como emocionalmente, mentalmente e fisicamente.
2. Treinar os
alunos na moral cristã. Os princípios morais bíblicos devem ser aplicados em
tudo. O aspecto moral se revela no interesse pelo desenvolvimento pessoal e
social dos alunos, e pela formação de um caráter e atitudes cristãs.
3. Promover o
entendimento da responsabilidade que o aluno tem de desenvolver e usar
corretamente os talentos e habilidades que Deus lhes deu em todo seu potencial.
4. Ensinar o valor
do tempo como um artigo dado por Deus
5. Valorizar as
atitudes bíblicas para com as possessões materiais a responsabilidade de cada
um para com elas como administrador.
6. Advogar um
espírito de amor e respeito para com os outros e reconhecer a nossa necessidade
social do próximo.
7. Desenvolver
atitudes bíblicas com relação a amizade, casamento, família, trabalho,
sociedade, e relações humanas.
8. Enfatizar
atitudes adequadas perante autoridades divinas e humanas, e promover a
auto-disciplina e a obediência.
9. Estimular
hábitos corretos de saúde e higiene, de cuidado com o corpo, e o uso sábio do
corpo que Deus nos deu.
10. Cultivar a
responsabilidade pessoal na família, na igreja, na escola e na sociedade.
Para o Desenvolvimento
acadêmico:
1. Promover altos
padrões acadêmicos para cada indivíduo na estimulação dos talentos que Deus o
concedeu.
2. Encorajar bons
hábitos de estudo como parte de nossas responsabilidades dadas por Deus.
3. Desenvolver
pensamento biblicamente criativo e criticamente construtivo para o futuro
chamado vocacional e outras responsabilidades da vida dadas por Deus.
4. Ensinar as
habilidades básicas necessárias na relação com os outros nessa vida: a leitura,
a escrita e a matemática, assim como o falar e o ouvir.
5. Prover uma base
sólida da herança histórica, da geografia, e das condições mundiais como
desenvolvimento e revelação da providência e da vontade de Deus.
6. Multiplicar a
consciência e a apreciação da criação de Deus com suas leis e características,
e as nossas responsabilidades de usá-la sabiamente.
7. Nutrir talentos
criativos, mecânicos, musicais, e outros para serem usados de maneira temente a
Deus para o benefício dos outros. (BEEKE, [2003?],p. 43-44)
Integrando em nosso Currículo os Objetivos dos Parâmetros Nacionais
Esse tópico foi deixado para o fim desta
seção propositalmente. Na formulação do currículo cristão, os nossos objetivos
principais devem ser extraídos da Palavra de Deus e da visão de mundo cristã, e
não primariamente dos Parâmetros Nacionais nem dos materiais didáticos que
temos em mão. Não quer dizer que devamos ignorá-los nem os condenarmos por
completo. Em geral, eles são úteis por relacionarem, como resultado da experiência
educacional de um país, aqueles conteúdos básicos que são mais apropriados para
cada idade ou série, mas cada vez mais as correntes políticas e filosóficas dominantes
em nosso país têm usado esses parâmetros para perpetrar a sua agenda
anti-cristã. Não obstante, deveríamos conhecê-los bem, e, talvez não no início,
mas no final de nossa tarefa de formulação de objetivos, seria apropriado
examiná-los para ver como eles podem ser incorporados aos nossos. Como os
nossos objetivos cristãos são naturalmente abrangentes, é provável que os
objetivos nacionais estarão inclusos nos nossos. Mas de qualquer forma, deve
ser feita uma avaliação crítica e seletiva destes, reinterpretando e
colocando-os no seu devido lugar dentro da nossa proposta cristã, e excluindo
aqueles que vão de encontro à visão de mundo cristã, ainda que isto nos traga
prejuízo.
Penso que a maneira mais fácil de explicar
aos leitores essa tarefa de incorporação dos objetivos nacionais ao nosso currículo
é através de um exemplo. No segmento a seguir, você verá exemplificada uma
breve análise dos objetivos dos parâmetros curriculares nacionais para a
educação infantil nos comentários entre parênteses:
Objetivos dos Parâmetros Nacionais para a Educação Infantil:
LDB: A Educação
infantil visa o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da
família e da comunidade .
(Obs: Integral, para nós, inclui o aspecto moral e espiritual. E ela
deve complementar a educação da família e da Igreja. A “comunidade” não é uma
fonte confiável de educação).
Referenciais
Curriculares: A criança, por meio da educação Infantil, deve:
- aprender a confiar em
suas capacidades, com percepção de suas limitações.
(ela deve aprender a reconhecer suas capacidades como dons de Deus e
usá-las para o serviço dele e do próximo. Ao mesmo tempo, deve reconhecer sua
dependência de Deus para tudo, e suas limitações impostas por Deus).
- estabelecer vínculos
afetivos e ampliar sua comunicação e interação social.
(esses vínculos afetivos devem ser estabelecidos na ordem correta:
primeiro, amar e confiar em Deus, depois na sua família, depois nas autoridades
e professores da escola, e depois nos amigos, dependendo de seu caráter. A
comunicação e a interação social, em si mesmas, não são boas, apenas quando
elas edificam. Más conversações e más amizades devem ser desencorajadas.)
- brincar expressando
emoções, pensamentos, desejos e necessidades
(emoções, pensamentos, desejos e necessidades que estiverem de
acordo com a palavra de Deus devem ser encorajadas para serem expressas; aquelas
contrárias à vontade de Deus - egoístas, descontroladas, exageradas, etc. - devem
ser desencorajadas e, conforme o caso, punidas e corrigidas pela Palavra de
Deus)
- conhecer
manifestações culturais com interesse e respeito pela diversidade.
(as
manifestações culturais também não são neutras, algumas obras de arte revelam
coisas boas, outras revelam coisas más; os objetos culturais podem igualmente
ter propósitos bons ou maus. Ex: livros, obras de arte, programa de televisão,
meios de comunicação, invenções, histórias folclóricas, etc. que expressam
coisas más devem ser afastados de nossas crianças que ainda não têm a
capacidade de discernir o mal; devemos proteger nossos filhos imaturos de
influências e contatos com coisas pecaminosas, a menos que possamos usá-los com
discernimento para instruir as crianças a identificar, a fugir, a odiar e a
lidar biblicamente com o mal que ela encontrará ao seu redor. Quanto à questão da diversidade, esta deve ser
vista como obra de Deus, que nos fez como membros diferentes de um mesmo corpo,
para servirmos a Deus e uns aos outros com os nossos variados dons. Também
devemos diferenciar a valorização da diversidade natural da criação, que é boa
e salutar, do "respeito à diversidade" no sentido atual da expressão,
que é usada para promover o homossexualismo e outras práticas e crenças
anti-cristãs.)
***
Da feita que tivermos
elaborado a nossa lista de objetivos gerais e específicos para o nosso
currículo cristão, eles deverão nos guiar na nossa seleção de disciplinas,
eixos, unidades, conteúdos e atividades que mais nos ajudarão a alcançar tais
objetivos. Em um momento posterior, eles deverão ser ainda mais esmiuçados para
direcionar ensinos e atividades mais específicos, e até diários, nos nossos
planos de curso anuais, de unidade e de aula. (Para modelos destes, ver
apêndice deste material)
Dependendo da idade, do
nível social e cultural de cada classe e da localização e características de
cada escola, os nossos objetivos maiores da glória de Deus, da formação pessoal
integral e da busca da perfeição irão se traduzir em objetivos menores e que
irão variar em cada escola cristã, como por exemplo, a escolha da obra da
criação como eixo transversal; da família como uma unidade de ensino; da
organização e da limpeza como hábitos a serem trabalhados; talvez também no
oferecimento da música e instrumentos como disciplinas opcionais; na atividade
de recortar uma figura bem em cima de um traçado e sem deixar pequenos pedaços
de papel espalhados pela sala; no conhecimento das leis de trânsito ou da
constituição do país; na clareza e precisão na expressão oral; na reprodução
artística do que é belo aos olhos de Deus; no uso inteligente e sustentável das
técnicas de plantio para os alunos do campo; na honestidade, diligência e empreendorismo
como indispensáveis em qualquer vocação, e assim por diante.
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