“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Lições da Vida de João Calvino


Hoje, dia 31 de Outubro, comoramos os 501 anos da Reforma Protestante. Muito tem sido falado de Martinho Lutero, que com sua coragem, foi usado por Deus para mostrar os muitos erros que haviam tomado conta da Igreja de Deus durante a Idade Média, e para ensinar ao povo as verdades da Palavra de Deus e a boa-nova da salvação pela fé em Cristo somente. Se quiser aprender mais sobre a Reforma, esse blog contém histórias e poemas sobre isso. Hoje vamos falar de um homem que também foi muito usado por Deus durante a reforma, chamado João Calvino, e vamos tirar lições de sua vida para sabermos como ser úteis e produtivos para o reino de Deus mesmo enquanto somos jovens. O texto abaixo foi traduzido do livro “Heroes of the Reformation: Life-Changing Lessons for the Young” (Heróis da Reforma: Lições de Mudar a Vida para Jovens), de Richard Newton 1813-1877), com permissão da editora Solid Ground Christian Books.

João Calvino 1509-1564



Genebra, Calvino e a Reforma


Genebra é uma cidade famosa na Europa. Ela era o lar de João Calvino, um grande reformador Suíço. Ela é famosa pela beleza de sua localização. A coisa mais interessante sobre a história de Genebra é a sua conexão íntima com a grande obra da Reforma. Martinho Lutero não teve outro amigo mais firme nem outro ajudador mais habilidoso do que ele encontrou em João Calvino. Muitos outros homens bons e nobres trabalharam na Reforma em Genebra, mas o mais útil e famoso de todos eles foi Calvino. Ele era um grande pregador e um grande escritor. Nem sabemos dizer quantos livros ele escreveu ao todo. Eu tenho entre cinquenta e sessenta volumes bem grandes dos seus escritos na minha biblioteca, e esses são apenas uma pequena porção deles. A maioria dos livros que ele escreveu são comentários na Bíblia.

Ele era um homem muito bom e muito estudado. E embora tenha ensinado algumas doutrinas que algumas pessoas não concordem, a maioria das pessoas são gratas pela oportunidade de lerem os seus livros e de aprenderem deles a compreender mais claramente a preciosa verdade que Deus ensinou na sua santa palavra. Calvino é um exemplo esplêndido para todos os jovens seguirem, no seu trabalho, na sua perseverança, na sua coragem e na sua simplicidade. Pelos muitos labores e sacrifícios da sua vida, ele fez com que seu nome estivesse conectado à história e à glória de Genebra de uma maneira que deverá permanecer enquanto aquela cidade existir.

Agora vamos ver algumas características da vida e do caráter de Calvino.

Como seria interessante se nós soubéssemos quantas almas for almas foram trazidas a Jesus e salvas, por Deus ter abençoado os humildes esforços de João Calvino!

Calvino viveu há cerca de 300 anos atrás. Ele foi um dos mais úteis e ativos dos reformadores. Ele era impressionante por três coisas. Em cada uma dessas coisas cada jovem faria bem em seguir o seu exemplo.


Calvino era um exemplo de um jovem diligente


Ele havia sido tão atento e diligente nos estudos que quando ele tinha apenas 22 anos de idade alguém que o conhecia muito bem e que era um bom juiz para falar, disse que ele era a pessoa mais estudada de toda a Europa. Ele entendeu o valor do tempo e ele fez bom uso dele. Ele sabia que os momentos são como pó de ouro, e mais valiosos que diamantes. Eles os ajuntou cuidadosamente, e não deixou nenhum momento passar desperdiçado. E esse é um dos mais certos segredos para o sucesso. Salomão sabia disso muito bem quando ele fez afirmações como essas: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9:10), “Viste o  homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não permanecerá entre os de posição inferior”. Ele aparecerá diante de reis (Pv. 22:29). E a vida de Calvino mostra claramente a honra e a bênção que segue uma diligência tão útil.



Calvino era um exemplo de trabalho paciente


Ele deve ter sido um dos homens mais ocupados que já viveu. Pelos últimos 23 anos de sua vida dizem que ele pregava todos os dias; palestrava três vezes por semana, ia às reuniões de administração da igreja e ainda achava tempo suficiente para escrever cartas à pessoas em diversos lugares do mundo. Além dos seus livros impressos, há mais de 2000 dos seus sermões escritos, que estão preservados na Biblioteca de Genebra. Eu nem posso dizer quantos volumes ele publicou. Um tempo atrás, uma sociedade foi formada na Inglaterra, chamada “a Sociedade de Tradução de Calvino”. O objetivo dessa sociedade era tomar seus livros, que estavam escritos em Latim, e traduzi-los e publicá-los em Inglês. Cinquenta volumes enormes das obras de Calvino já foram publicados por essa sociedade. Esses volumes já formam uma verdadeira biblioteca! Como Calvino deve ter sido ocupado! Até porque ele não era um homem forte. A sua saúde era fraca, e ele tinha apenas 55 anos quando faleceu. Quando nós lermos ou ouvirmos sobre Calvino, vamos lembrar da sua produtividade paciente e tentar imitar o seu exemplo nessa área.


Calvino foi um exemplo de liberalidade cristã


Ele trabalhou tanto e produziu tantos livros, que eram vendidos a bom preço, que as pessoas costumavam dizer que ele estava ajuntando dinheiro e ficando rico. Mas isso não era verdade. Ele dava o seu dinheiro tão livremente para aliviar os pobres e para ajudar a fazer o bem de tantas maneiras, que quando ele morreu, apesar de ter vivido da maneira mais simples e frugal, (ele normalmente comia apenas uma refeição por dia), ainda assim todo o dinheiro que ele deixou para trás foi a quantia equivalente a 250 dólares. Ele estava realmente ajuntando tesouro o tempo todo: mas só que ele estava ajuntando não na terra, mas no céu. Esse é o melhor uso que podemos fazer do dinheiro. Ele pagará melhor no final, pois ele estará dando lucro por toda a eternidade. Que todo leitor tente imitar o exemplo de João Calvino em sua diligência quando jovem, em seu trabalho paciente, e em sua liberalidade cristã.





sábado, 27 de outubro de 2018

A História de Ester no Brasil de Hoje: Uma Parábola Educacional



 

A História de Ester no Brasil de Hoje: 

Uma Parábola Educacional


 

Esse artigo faz uma breve avaliação do cenário político-educacional no Brasil a partir de “insights” da história bíblica encontrada no livro de Ester, e de comparações do que tem acontecido com a educação religiosa-confessional em outros países que também enfrentaram a ameaça socialista-comunista.

 

Uma Mudança Sem Volta

Nos dias de Assuero, o Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias. Naqueles dias, assentando-se o rei Assuero no trono do seu reino, que está na cidadela de Susã, no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, no qual se representou o escol da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes das províncias estavam perante ele. Então, mostrou as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, por cento e oitenta dias. Passados esses dias, deu o rei um banquete a todo o povo que se achava na cidadela de Susã, tanto para os maiores como para os menores, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real. Havia tecido branco, linho fino e estofas de púrpura atados com cordões de linho e de púrpura a argolas de prata e a colunas de alabastro. A armação dos leitos era de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, de mármore, de alabastro e de pedras preciosas. Dava-se-lhes de beber em vasos de ouro, vasos de várias espécies, e havia muito vinho real, graças à generosidade do rei. Bebiam sem constrangimento, como estava prescrito, pois o rei havia ordenado a todos os oficiais da sua casa que fizessem segundo a vontade de cada um. Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres na casa real do rei Assuero. Ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou … os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem à presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a formosura dela, pois era em extremo formosa. Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira. Então, o rei consultou os sábios que entendiam dos tempos (porque assim se tratavam os interesses do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito; sobre o que se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por não haver ela cumprido o mandado do rei Assuero, por intermédio dos eunucos. Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: A rainha Vasti não somente ofendeu ao rei, mas também a todos os príncipes e a todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero. Porque a notícia do que fez a rainha chegará a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seu marido, quando ouvirem dizer: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não foi. Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e indignação. Se bem parecer ao rei, promulgue de sua parte um edito real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela. …O conselho pareceu bem tanto ao rei como aos príncipes; e fez o rei segundo a palavra de Memucã. Então, enviou cartas a todas as províncias do rei…
Governos poderosos e esbanjadores, recursos oferecidos aos oficiais e amigos do rei, festas para todos custeadas pelos cofres reais, e os convidados embriagados de tanto vinho. Então chama-se a rainha, para que sua formosura seja exposta a quem não deveria. Querem se divertir às custas da dignidade da pessoa que mais deveria ser honrada e protegida no reino. Esse bem poderia ser um retrato da política educacional brasileira e das trágicas e indeléveis mágoas que as ideologias seculares e libertinas, especialmente no final do século XX, deixaram para as nossas crianças e famílias: enquanto os governos esbanjam em corrupção, as igrejas são enfraquecidas em sua doutrina e moral; as pessoas são estimuladas a viver de maneira irresponsável e a embriagar-se com uma filosofia do prazer e rompimento dos valores tradicionais. A educação pública começa abandonar as suas práticas tradicionais e a implantar, de maneira sorrateira e inconsequente, pedagogias inovadoras, construtivistas, progressistas, secularizadas, humanistas, marxistas e freireanas. As verdades e os valores cristãos, como a submissão à Palavra de Deus, a redenção de Cristo, a santificação, a importância da família e do indivíduo… são antiquados, reacionários e inaceitáveis para o contexto educacional atual.
Passadas estas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que ela fizera, e do que se tinha decretado contra ela.
A educação pública começa a sentir as consequências, acadêmicas e morais. Viramos o milênio e as promessas falsas não se concretizaram… O Brasil começou a sentir os efeitos de ter lançado fora o que restava de bom na educação tradicional… O analfabetismo, a evasão escolar, a falta de disciplina na sala de aula, a imoralidade, a violência, as drogas!…Ah! Vasti! Seus métodos simples, sua lógica e conteúdos razoáveis, resquícios da educação clássica do passado… Sua ordem e firmeza… Como ela ajudaria a resolver nosso problema no momento, mas… Ela não se adequa às pedagogias libertinas e não combina com o clima eufórico do presente… está ultrapassada, é inadequada… Não pode mais ser restaurada. É preciso encontrar outra alternativa.

 A Criação de Uma Moça Especial

 Então, disseram os jovens do rei, que lhe serviam: Tragam-se moças para o rei, virgens de boa aparência e formosura. Ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens, de boa aparência e formosura, na cidadela de Susã, na casa das mulheres, sob as vistas de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus ungüentos. A moça que cair no agrado do rei, essa reine em lugar de Vasti. Com isto concordou o rei, e assim se fez. Ora, na cidadela de Susã havia certo homem judeu, benjamita, chamado Mordecai, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, que fora transportado de Jerusalém com os exilados que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, a quem Nabucodonosor, rei da Babilônia, havia transportado. Ele criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio, a qual não tinha pai nem mãe; e era jovem bela, de boa aparência e formosura. Tendo-lhe morrido o pai e a mãe, Mordecai a tomara por filha. Em se divulgando, pois, o mandado do rei e a sua lei, ao serem ajuntadas muitas moças na cidadela de Susã, sob as vistas de Hegai, levaram também Ester à casa do rei, sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres. A moça lhe pareceu formosa e alcançou favor perante ele; pelo que se apressou em dar-lhe os ungüentos e os devidos alimentos, como também sete jovens escolhidas da casa do rei; e a fez passar com as suas jovens para os melhores aposentos da casa das mulheres.
Mordecai, nessa história, é tipo da igreja cristã verdadeira. Ester é a educação cristã, praticamente sua filha, criada por ele em sua casa, com todo o carinho e muita dificuldade, durante esses tempos difíceis do Exílio. Sem ter coragem de entregar uma moca que é sangue do seu sangue, e uma filha de judeus, nas mãos dos Persas, Mordecai a educou como uma filha. Assim, na tradição da Reforma Protestante, pais educaram seus filhos, e as igrejas fiéis buscaram sustentar escolas cristãs, provadas, para incentivar a formação bela e minimamente adequada dos filhos da aliança. Escolas confessionais e até grandes universidades como a Mackenzie floresceram em nosso país. A dedicação de Mordecai não foi em vão e Ester cresceu e se tornou uma jovem bela, virtuosa, e bem preparada. A educação religiosa oferecida nas escolas cristãs particulares começam a mostrar frutos, sobretudo acadêmicos, e os filhos da igreja começam a passar nos vestibulares e a se destacar em várias esferas.
Não foi diferente na história da China antes do Comunismo. Por influência de missionários que chegaram ali desde o início do século XIX, provindos das mais diversas denominações protestantes, como Metodistas, Presbiterianos e Congregacionais, igrejas e escolas cristãs se espalharam pelo País. Apesar das dificuldades e diferenças culturais, eles buscaram sinceramente ajudar os chineses de diversas maneiras, uma delas sendo a educação: 
“A maneira mais comum de elevar o padrão de vida era pela educação. Escolas cristãs iriam inicialmente ensinar as crianças chinesas a alfabetização, matemática, e ciências, para que elas tivessem vantagens econômicas em sua profissão. Eles também incluiriam disciplinas e cursos religiosos, mas a ênfase nos ensinos cristãos variavam muito de escola para escola. Os missionários também custearam pequenos projetos de desenvolvimento, como ajuda com irrigação ou ensino de novas técnicas de agricultura. Estas ajudariam economicamente, novamente mostrando como o conhecimento cristão (ocidental) poderia melhorar a vida dos chineses.
Mesmo entre aqueles que realizavam obras evangelísticas de cunho social, havia divisões sobre a melhor maneira de proceder. Alguns missionários focavam na alfabeticação, acreditando que a leitura era a chave para se sair da pobreza e do barbarismo. A leitura também era essencial para que houvesse novos convertidos. Os protestantes normalmente focalizam no relacionamento do indivíduo com Deus, o que requer que os cristãos possam ler e interpretar a Bíblia por si mesmos. Outros evangelistas sociais trabalharam em questões mais sociais, esperando trazer a sociedade chinesa para um nível mais elevado.
Contudo, Harrison indica que os resultados não foram os esperados no campo espiritual: “As escolas e universidades cristãs eram normalmente bem reconhecidas, mas elas não levaram a um grande número de conversões”. … Enquanto os missionários estavam esperando que o conhecimento ocidental iria levar à conversão, os Chineses viram principalmente o lado prático da educação”. [Cf. Harrison, [https://etd.library.vanderbilt.edu/available/etd-11072013-110739/unrestricted/Harrison.pdf]
Ester não havia declarado o seu povo nem a sua linhagem, pois Mordecai lhe ordenara que o não declarasse. Passeava Mordecai todos os dias diante do átrio da casa das mulheres, para se informar de como passava Ester e do que lhe sucederia.
Mas Mordecai sente que o clima não é totalmente seguro, e teme ares ameaçadores. Talvez nossos filhos não estejam tão preparados doutrinariamente para enfrentar a oposição nas universidades. Talvez não aguentarão ser desprezados por sua fé. Talvez é melhor não declarar tão abertamente a que povo pertencemos… E tememos que nossos filhos não estão totalmente seguros e maduros na fé, ou que a pressão do grupo seja por demais hostil… Ou ainda… talvez, nas melhores das intenções, queiramos simplesmente preservá-los em posições de preeminência para que possam fazer a diferença no futuro, quando chegarem a posições mais destacadas, quando então poderão assumir a sua fé e seus princípios. Por agora, vamos nos alinhar às diretrizes da corte, e disfarçadamente nos informar do que sucederá às escolas cristãs.
Ester, filha de Abiail, tio de Mordecai, que a tomara por filha, quando lhe chegou a vez de ir ao rei, nada pediu além do que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. E Ester alcançou favor de todos quantos a viam.  Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado. O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti. Então, o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o banquete de Ester; concedeu alívio às províncias e fez presentes segundo a generosidade real. Quando, pela segunda vez, se reuniram as virgens, Mordecai estava assentado à porta do rei. Ester não havia declarado ainda a sua linhagem e o seu povo, como Mordecai lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mordecai como quando a criava. Naqueles dias, estando Mordecai sentado à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, sobremodo se indignaram e tramaram atentar contra o rei Assuero. Veio isso ao conhecimento de Mordecai, que o revelou à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mordecai. Investigou-se o caso, e era fato; e ambos foram pendurados numa forca. Isso foi escrito no Livro das Crônicas, perante o rei.
A igreja e as suas escolas cristãs permanecem discretas, mas buscando sinceramente ser fiéis e submissas às autoridades do país, alinhando-se aos seus parâmetros curriculares, submetendo-se aos órgãos fiscalizadores, denunciando opositores e confiando que permaneceriam sob o favor real e desfrutariam de paz por muito tempo.
Não foi diferente na história da entrada do Comunismo na China: “As escolas cristãs deveriam demonstrar o seu valor ao produzir formandos altamente educados e preparados que iriam contribuir para a sociedade Chinesa. Eles compreenderam que teriam que fazer concessões no âmbito curricular, mas eles ainda acreditavam que havia lugar para apresentar algumas idéias cristãs dentro da agenda comunista. [Harrison, op.cit.]

 

O Amigo do Rei

Depois destas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou, e lhe pôs o trono acima de todos os príncipes que estavam com ele. Todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei a respeito dele. Mordecai, porém, não se inclinava, nem se prostrava.
Mas aqui a história começa a ficar tensa.
O que mais isso poderia nos sugerir, senão à subida ao poder, no Brasil, de líderes e partidos com ideais socialistas, marxistas e portanto, ateístas? Todos se prostram a essas ideologias e a seus líderes políticos e programas educacionais. Mesmo entre os cristãos percebe-se uma ignorância quanto à seriedade e às implicações de se “prostrar” a essas ideologias. Mas há um pequeno grupo de fiéis e pessoas formadas em bons princípios que não se prostrarão a alguém como Hamã. Os que se prostram não percebem a antítese religiosa entre cristianismo e comunismo:
Após visitar uma área na China recém controlada pelos comunistas em 1947, missionários na China descreveram o comunismo como antitético à democracia e ao cristianismo: “O comunismo é uma religião – não apenas um partido político. É a ditadura de um partido – os homens deixam de ser agentes com vontade própria”. Outro missionário escreve: As pessoas são assim roubadas de sua liberdade de pensamento, expressão e ação. A personalidade se desmantela e a vida é reduzida à aquiescência à regimentação comunista.”
Referindo-se àqueles crentes mais otimistas e liberais na China que achavam que haveria um ponto de contato entre cristianismo e comunismo, Harrison afirma: “Eles falharam em compreender que o programa do Partido Comunista requeria que todas as áreas da vida se tornassem políticas. Se eles tivessem compreendido isso, eles teriam percebido que tentar colocar o cristianismo em todas as áreas da vida das pessoas seria a própria provocação que eles estavam tentando evitar.
Numa conferência em Agosto de 1949 entre líderes cristãos e o Partido Comunista Chinês, O Partido inicialmente afirmou que via a igreja protestante como uma força social capaz de cooperar com eles, se se submetessem às suas políticas. Um palestrante chegou a dizer que, “já que os Marxistas acreditam que a religião irá, no passar do tempo, morrer uma morte natural quando não houver mais necessidade para ela, o Partido Comunista considera a opressão da religião em si uma política enganada.”
[Stephen Harrison, Communism and Christianity: Missionaries and the Communist Seizure of Power in Russia]
Vendo, pois, Hamã, que Mordecai não se inclinava, nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor. Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o atentar apenas contra Mordecai, porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai; por isso, procurou Hamã destruir todos os judeus, povo de Mordecai, que havia em todo o reino de Assuero. Então, disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado.

Assim como Hamã, após frustrarem-se com a resiliência da posição cristã, a tolerância e o ódio aos cristãos se intensificam. A solução dos seguidores de Karl Marx e das agendas comunistas é exterminar o cristianismo do país, juntamente com todas as religiões tradicionais, para estabelecer uma religião ou seita fanática própria:
"A religião é o ópio do povo ."  Karl Marx
"O Estado pode e deve seguir em frente até à abolição da religião, até à aniquilação da religião. [MARX, KARL HEINRICH. Zur Judenfrage (Sobre a Questão Judia)(Agosto – Dezembro de 1843), in : Marx und Engels Werk (Obra de Marx e Engels), Berlim : Dietz, Vol. 1, pp. 357, 367 e s.]
 “A essas massas é necessário que se forneça o material mais variado relativo à propaganda ateísta, familiarizando-as com os fatos dos mais variegados domínios da vida, abordando-as, dessa ou daquela forma, a fim de dinamizar o seu interesse, despertando-as da letargia religiosa, sacundido-as sob os mais variados aspectos, por meio dos mais variados métodos etc. … " [ LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV. O Znatchenii Voinstvuiuschevo Materializma (Sobre o Significado do Materialismo)(12 de Março de 1922), in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol. 45, pp. 23 e s.]
 “A luta contra a religião implica a luta contra o mundo do qual a religião é o aroma espiritual* ”.MARX, KARL HEINRICH, “Der Kampf gegen die Religion ist also mittelbar der Kampf gegen jene Welt, deren geistigen Aroma die Religion est”. cf. G. M. M. Cottier, op. cit. p.162.
“O marxismo é o materialismo. Por este título ele é tão implacavelmente hostil à religião, quanto o materialismo dos enciclopedistas do século XVIII ou o materialismo de Feuerbach”.* [LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV, Marx, Engels, marxisme, op. cit.,p.250.]
 “Devemos combater a religião. Isto é o a-b-c de todo o materialismo e, portanto, do marxismo”.* [LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV, Sur le rapport du parti ouvrier à la religion, Pss.vol.17.p.418.]
 “A nossa propaganda compreende necessariamente a difusão do ateísmo”.* [LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV, De la religion.p.8.]
“ O comunismo começa onde começa o ateísmo.* ” [MARX, Karl. Terceiro Manuscrito econômico e filosófico, XXXIX , V]
“ O comunismo, porém, abole as verdades eternas, abole a religião e a moral”* [MARX, Karl. Manifesto comunista. p. 44]

Medidas Legais Repentinas

 Chamaram, pois, os secretários do rei, no dia treze do primeiro mês, e, segundo ordenou Hamã, tudo se escreveu aos sátrapas do rei, aos governadores de todas as províncias e aos príncipes de cada povo; a cada província no seu próprio modo de escrever e a cada povo na sua própria língua. Em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou. Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e que lhes saqueassem os bens. Tais cartas encerravam o traslado do decreto para que se proclamasse a lei em cada província; esse traslado foi enviado a todos os povos para que se preparassem para aquele dia. Os correios, pois, impelidos pela ordem do rei, partiram incontinenti, e a lei se proclamou na cidadela de Susã; o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa.
E aqui estamos, perplexos. Isto é, todos os da cidade de Susã compreendem a seriedade da situação. Eles sabem que só é uma questão de tempo para que a lei seja aplicada e os judeus sejam todos destruídos. Eles advertem os demais. Sim, muitas vozes conservadoras estão espalhando a mensagem sobre o risco que a igreja de Deus está correndo. Quem não sabe que o socialismo nada mais é do que um passo para o comunismo; e que este não é o paraíso na terra, mas a aniquilação massiva de todo um povo inocente, de qualquer que caia no desgosto de Hamã, de qualquer que não se submeta ao seu governo? Quem não sabe dos milhares de russos e estrangeiros que foram aniquilados por Stalin e Lênin? E que o comunismo matou muito mais do que o próprio nazi-facismo? Quem não sabe que eles são contra toda liberdade e religião e que a igreja, se não for por intervenção divina, está com os dias contados nos países onde o socialismo é consistentemente aplicado?
Poucos viveram, entenderam e enfrentaram em seu próprio tempo a ameaça comunista como o primeiro ministro inglês Winston Churchill. Ele expõe o que é o comunismo verdadeiramente, sem a capa da mentira:

“O socialismo é a filosofia do fracasso, o credo da ignorância, e o evangelho da inveja; a sua virtude inerente é a distribuição igualitária da miséria entre todos, exceto os seus líderes.” Winston Churchill.

“O vício inerente ao capitalismo é distribuição não igualitária das bênçãos; a virtude inerente do socialismo é a distribuição igualitária das misérias”. Churchill.
Se o Comunismo matou mais de 90 milhões de pessoas na China, União Soviética e continua matando e arruinando bilhões de vidas nos países em que se instala até os nossos dias, por que ele é menos odiado do que o Facismo? Dennis Praguer dá várias razões, a principal delas sendo a mentira e a negação dessas atrocidades pelos comunistas e o fato dos intelectuais darem mais atenção ao seu “discurso belo” do que às suas ações. Quem quiser aprender mais, assista esse vídeo: http://youtu.be/m6bSsaVL6gA
 Sem mencionar que o próprio fascismo têm sua origem no esquerdismo do apagado e enterrado filósofo Giovanni Gentili (1875), que buscou, à semelhança do comunismo, substituir a família por uma “família nacional”, um Estado Grande. (daí o nome Nazismo, uma abreviação para Nacional Socialismo): Enquanto o fascismo se resume como “Tudo do Estado, por meio do Estado, para o Estado”, o comunismo prega: “Tudo do Partido, por meio do Partido, para o Partido.” Ou seja, ambas são falsas religiões que buscam substituir o Deus verdadeiro dos cristãos por uma instituição humana: “Por dEle, por Ele, para Ele são todas as coisas”. Para uma explicação em Inglês [http://youtu.be/m6bSsaVL6gA] e no Português [ https://youtu.be/t0vil7WnLXc ]

Mas…por incrível que pareça… Ester não sabe de nada. Ela não tem noção do perigo que corre. Ela não pode acreditar que a educação cristã realmente corre perigo de vida diante da ameaça comunista. Não… na tranquilidade de sua corte, a História não lhe foi contada. Esconderam de nossos alunos os fatos, os milhares de mortos, a estratégia educacional marxista. Mentiram para nós, e continuam mentindo, falando de paz e igualdade e democracia e respeito às diferenças, e nós acreditamos e caminhamos tranquilamente para as câmaras de gás, achando que vamos apenas tomar banho, e seguir viagem para uma cidade linda que nos aguarda, cheia de promessas, quando estamos na realidade vendidos à destruição. O palácio em que Ester se encontra é um belo mundo de ilusão. Essa é a real situação dos membros de igrejas, dos filhos dos crentes, que acreditam nos discursos marxistas e que compraram essa utopia de que estabelecerão um paraíso na terra, sem Deus.

Contando a Verdade

Quando soube Mordecai tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco e de cinza, e, saindo pela cidade, clamou com grande e amargo clamor; e chegou até à porta do rei; porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei. Em todas as províncias aonde chegava a palavra do rei e a sua lei, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em pano de saco e em cinza. Então, vieram as servas de Ester e os eunucos e fizeram-na saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mordecai e tirar-lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou. Então, Ester chamou a Hataque, um dos eunucos do rei, que este lhe dera para a servir, e lhe ordenou que fosse a Mordecai para saber que era aquilo e o seu motivo. Saiu, pois, Hataque à praça da cidade para encontrar-se com Mordecai à porta do rei.  Mordecai lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido; como também a quantia certa da prata que Hamã prometera pagar aos tesouros do rei pelo aniquilamento dos judeus. Também lhe deu o traslado do decreto escrito que se publicara em Susã para os destruir, para que o mostrasse a Ester e a fizesse saber, a fim de que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia, e, na sua presença, lhe suplicasse pelo povo dela. Tornou, pois, Hataque e fez saber a Ester as palavras de Mordecai.
Ester precisa saber do que está acontecendo! Nossos líderes, nossos professores e educadores, nossos pais e nossos jovens, todos os membros das igrejas cristãs precisam acordar para o verdadeiro caráter e intenções de Hamã! Alguém precisa lhes contar a verdade.
Leiam essas citações de Marx, o ídolo da esquerda:
“Assim, o Céu eu perdi, e sei disso muito bem. Minha alma, que já foi fiel a Deus, está escolhida para o Inferno.”
“Nada, senão a vingança, restou para mim.”
“Eu desejo me vingar contra Aquele que governa lá em cima.” 

Mas, nesses últimos dias, temos ouvido a verdade. Muitos estão falando hoje sobre esquerda e direita, sobre liberdade e democracia, sobre a incompatibilidade entre a fé cristã e o marxismo. Sim, mesmo os jovens estão tendo os olhos abertos. Milhares estão angustiados, chorando, vestidos em panos de saco. Mensagens estão indo de cidade em cidade, de celular em celular, advertindo-nos do perigo iminente. Ester ouve falar do lamento e angústia de Mordecai e fica curiosa. Se quiserem me considerar como aquela serva, que levou a Ester a mensagem de Mordecai, aceito a comparação.

 

Chorar, Orar e Arriscar!

Então, lhes disse Mordecai que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?
Queridos leitores: pais, mães, professores, educadores, pastores e igreja cristã como um todo: O momento é decisivo. Nessas eleições corremos o risco de dar a Hamã aquele anel real com o qual ele poderá implementar qualquer lei contra o povo de Deus. Ele odeia a Deus e o seu povo, porque nunca nos prostraremos a ele. As escolas cristãs e a educação domiciliar são os grandes inimigos do seu plano maquiavélico para a educação. Precisamos agir. Não imagine que os comunistas brasileiros agirão para com os religiosos diferentemente do que fizeram na China, na Russia, em Cuba, na Venezuela. Não imagines que, por estares no Brasil, ou escondidos, só tu escaparás ileso.
O noticiário “The Guardian”, em uma matéria recente que fala sobre a decadência do ateísmo forçado em cuba após a morte de Fidel Castro, e de um avivamento religioso na Cuba atual, ressalta que, ainda nesse contexto de abertura, “nenhum outro país nas Américas é tão restritivo. O governo Cubano não permite que as igrejas mantenham as suas escolas, ou tenham programas na televisão ou no rádio. Atos públicos de culto ou evangelismo são proibidos. [https://www.theguardian.com/world/2015/jun/12/cuba-religious-revival-christian-denominations]

A tese de doutorado de Stephen Harrison “Communism and Christianity: Missionaries and The Communist’s Seizure of Power in China” é um estudo riquíssimo que conta com detalhes como o trabalho de mais de século dos missionários e das igrejas protestantes na China, incluindo inúmeras escolas, universidades e hospitais, foi interrompido pouco tempo depois da tomada do poder pelo Partido Comunista. No início eles prometeram liberdade religiosa, e muitos cristãos bem intencionados esperaram que se eles se submetessem ao Partido e ficassem de fora da política, eles teriam o seu valioso trabalho social e educacional reconhecido pelos chineses e seriam permitidos permanecer trabalhando ali. Mas a verdade é que a sua simples presença era ameaçadora aos comunistas, e o Partido Comunista soube indoutrinar o povo para que se separassem dos crentes e se voltassem contra eles. [https://etd.library.vanderbilt.edu/available/etd-11072013-110739/unrestricted/Harrison.pdf]

É verdade, Deus sabe livrar da provação o piedoso. Ele pode levantar salvação e proteger a sua igreja de inúmeras maneiras. A sua mão não está encurtada, que não nos possa salvar. Ele pode nos livrar tanto da fornalha como na fornalha. Mas nós precisamos ser fiéis e corajosos, e precisamos agir. Cada um dentro de sua esfera. Se és Mordecai, pranteie e pleiteie com quem está em posição de ajudar. Se és mensageiro, dê a mensagem. Se és mero cidadão, vote bem. Se és rainha, ore e jejue e interceda por nós junto ao rei. Junte-se aos esforços daqueles que tem trabalhado em prol da verdade e da justiça e da bondade em nosso país, pois dessas coisas Deus se agrada.

 

Dois Pedidos

Então, disse Ester que respondessem a Mordecai: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. Então, se foi Mordecai e tudo fez segundo Ester lhe havia ordenado.
Nossa primeira e melhor estratégia, como cristãos que confiam na soberania de Deus, e que entendem que a nossa luta não é contra sangue e carne, mas contra os principados e potestades do reino espiritual, é clamar ao Senhor. Ele tudo pode e tudo faz para o bem maior do seu povo. Ele que pode frustrar os planos do inimigo e promete preservar a sua igreja, só Ele é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação. Esse é meu primeiro pedido. Clamem conosco.

 Ao terceiro dia, Ester se aprontou com seus trajes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte da residência do rei; o rei estava assentado no seu trono real fronteiro à porta da residência. Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do cetro. Então, lhe disse o rei: Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. Respondeu Ester: Se bem te parecer, venha o rei e Hamã, hoje, ao banquete que eu preparei ao rei. Então, disse o rei: Fazei apressar a Hamã, para que atendamos ao que Ester deseja. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete que Ester havia preparado, disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á, ainda que seja metade do reino. Então, respondeu Ester e disse: Minha petição e desejo são o seguinte: se achei favor perante o rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a petição e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar amanhã, e, então, farei segundo o rei me concede.
E assim, não sem muitos dias de hesitação e oração, venho aqui já às vésperas desse pleito, fazer um segundo pedido a nossos leitores cristãos: que nos estendam o bordão e nos permitam fazer nossa petição. Não é por vontade própria que arriscamos a nossa reputação e a vossa confiança, entrando aqui nessa corte política, que sabemos que tem causado conflitos entre educadores e governantes, e mesmo divisões entre o povo de Deus. Como nos seria mais agradável, assim como o era para a rainha Ester, continuar no castelo da nossa própria vida familiar, cuidando dos nossos próprios afazeres, e ignorar as novas leis e os intentos dos pretendentes a possuir o tão desejado e poderoso anel do rei.
Estou aqui nessa corte, assim como Ester, não por vontade própria, mas como constrangida a fazer o que está a nosso alcance para salvar algo muito mais precioso do que eu mesma: o futuro do povo de Deus e dos filhos da aliança. Faço minhas as palavras da rainha a você, nosso leitor (e eleitor):
Minha petição e desejo são o seguinte: se achei favor perante o rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a petição e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar amanhã, e, então, farei segundo o rei me concede.

Se você, leitor, tem qualquer consideração, não por mim, mas pelo tema deste blog, ou seja, pela educação cristã dos filhos da aliança, por favor aceite este convite e se prepare para ouvir o meu terceiro pedido que guardei para o banquete do dia seguinte, na próxima postagem, pois o assunto é urgente, e o tempo, curto.
Se você se propôs a ler até aqui, acredito que me ouvirá até o fim, na próxima postagem. Meu pedido é nada mais, nada menos que a minha vida: A existência desse blog e de tudo o que ele representa: a possibilidade da educação distintamente cristã para os nossos filhos.
Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo.
A História Continua na Parte 2 … Aguarde.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Capítulo 3 O presente de Mary Para Amélia

Capítulo 3 
O presente de Mary para Amélia 


          Em quase todos os países, o mês de maio é notável por seus encantos, o que justifica a linguagem do poeta ao dizer:

“Doce mês,
Se não o primeiro, o mais prezado, do ano”



 Foi no início do mês encantador que Mary foi a um bosque da vizinhança para cortar alguns ramos de salgueiro e galhos de aveleira. Ela os colheu para seu idoso pai usá-los, pois, quando não estava ativamente trabalhando no jardim, ele ocupava seu tempo fazendo cestas ornamentais de vários tipos - pois James era um homem trabalhador. Ele sabia muito bem qual era o seu dever gastar qualquer tempo que Deus tinha dado a ele para “remir” e pelo qual ele sabia que precisaria prestar contas. Ele fazia questão de nunca ter tempo ocioso, pois o trabalho é essencial para a felicidade e utilidade. Oh, pense no ganho que haveria para a causa de Cristo se nós “juntássemos os fragmentos (de tempo) que nos sobram, para que nada fosse perdido” e era nesse tempo, enquanto estava ocupado, que Mary lia para ele no precioso livro de Deus, ou ele falava para ela, as coisas acerca de sua alma imortal.

Enquanto Mary estava no bosque, colhendo material para a produção das cestas de seu pai, ela achou algumas belas espécies de lírio do vale e colheu o suficiente para fazer dois buquês, um para seu pai e um para ela mesma. Quando ela terminou seu trabalho, ela voltou para casa por um caminho mais rápido, que passava pelo meio de um pasto, e no meio do caminho, encontrou a Condessa de Eichbourg e sua filha, Amélia, que estavam fazendo uma caminhada vespertina. Mary raramente tinha visto as duas, pois elas viviam a maior parte do tempo na cidade, porém estavam agora passando uns dias no castelo. 

“Oh, que lindos lírios do vale!” – exclamou a jovem condessa, que era apaixonada por flores, e preferia ainda mais as silvestres do que qualquer outra.

Ao ouvir essa exclamação, Mary deu um buquê para cada uma das moças. Elas os receberam com prazer e a condessa, pegando uma bolsa de seda ricamente bordada com ouro, ofereceu dinheiro a Mary, o qual ela se recusou a aceitar.



“Oh, não, não, minha senhora”, disse ela, “eu não posso aceitar dinheiro pelas minhas flores. Meu pai e eu temos recebido muitos benefícios do Conde. Permita, por favor, que essa pobre moça tenha o prazer de oferecer a vocês esse pequeno presente de graça”. As palavras de Mary eram com tanta graça e simpatia que elas não puderam recusar. 

A Condessa sorriu agradavelmente e disse “Bem, mocinha, você seria tão gentil de trazer, de vez em quando, um buquê de lírios do vale para a minha filha no castelo?” Mary prometeu que o faria e todas as manhãs, enquanto os lírios do vale floresciam, ela levava um lindo buquê para o castelo.

Algumas das circunstâncias mais importantes da nossa vida vem dos eventos que são aparentemente os mais insignificantes. Isso foi verdade no caso de Mary pois esse encontro acidental marca o que há de mais profundo e doloroso nessa pequena história. Contudo, Deus governa sobre todos os eventos e está absolutamente provado que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Das regulares visitas de Mary ao castelo, para levar seu buquê de flores matinal, como era de se esperar, uma intimidade cresceu entre ela e Amélia, pois elas eram praticamente da mesma idade e tinham muitos gostos parecidos, especialmente o seu mútuo amor pelas flores.

O aniversário de Amélia estava se aproximando, e Mary decidiu fazer alguns pequenos presentes da natureza para ela, mas, como já tinha dado muitos buquês de flores, ela queria pensar em algo novo. Durante o inverno anterior, o seu pai tinha feito muitas cestas artesanais, todas muitíssimo elegantes, contudo, a mais bonita foi dada à própria Mary. Nela ele tinha feito o desenho da vila, e esse tipo de trabalho era de perfeição marcante. Mary decidiu encher essa cesta com flores e dar à jovem Condessa como seu presente de aniversário. Seu pai prontamente deu sua permissão e, para embelezar ainda mais a linda cesta, ele colocou o nome de Amélia de um lado e o brasão do Conde do outro.

Chegou o dia tão esperado, e de manhã cedo, Mary colheu as rosas mais novas, os melhores cravos, as flores mais rosas e outras das mais lindas cores. Ela colheu alguns ramos verdes, cheios de folhagem e arrumou as flores na cesta, tão entremeadas com as folhas verdes, que todas as cores, ainda que perfeitamente distinguíveis, estavam doce e delicadamente misturadas. A cesta foi envolta com uma alegre guirlanda, feita de botões de rosas e musgos, e o nome de Amélia podia ser lido claramente, emoldurado com uma coroa de não-me-esqueças. Todo o aspecto da cesta era realmente de uma beleza incomum.

Mary então entrou no castelo com seu presente, que ela deu à Condessa Amélia, desejando o melhor para a felicidade de sua jovem amiga do fundo de seu coração, tanto aqui, como na vida porvir. A jovem Condessa estava sentada em sua penteadeira, atrás dela estava sua ama, ocupada fazendo um penteado para a sua festa de aniversário. Amélia ficou encantada com a cesta e recebeu o presente com uma alegria excepcional e ela mal podia encontrar palavras para expressar o seu deleite, enquanto observava as lindas flores tão bem arranjadas na cesta. 

“Querida Mary”, ela disse, “você é muito gentil. Você deve ter assaltado o seu pequeno jardim para fazer um presente tão rico e, quanto à cesta, eu nunca vi nada tão primoroso em toda a minha vida. Vem, vamos mostrar para minha mãe”.

Ela tomou Mary carinhosamente pela mão e levou-a para cima, para o quarto da Condessa.

“Olha, mãe”, disse Amélia, “tem alguma coisa igual ao presente que eu ganhei da Mary? A senhora nunca viu uma cesta tão linda e em lugar nenhum pode-se achar flores tão adoráveis”.

A Condessa estava grandemente contente com o presente encantador.

“Realmente”, ela disse, “essa cesta, com essas flores ainda molhadas com o orvalho, é realmente primorosa. É uma figura perfeita e se iguala aos esforços dos mais experientes artistas. Ela faz jus ao bom gosto de Mary, mas ainda mais à gentileza do seu coração. Espere um momento, pequena” – ela disse a Mary, enquanto fazia um sinal para que Amélia a seguisse para outro cômodo. 

“Amélia”, disse a Condessa, “Mary não pode ir embora sem a devida retribuição. O que você tem para dar a ela?”

“Eu acho que" – disse Amélia depois de refletir um pouco – “um dos meus vestidos seria o melhor, por exemplo, se a senhora deixar, minha querida mãe, aquele com flores vermelhas e brancas, num fundo verde escuro. Ele é praticamente novo, eu usei só uma vez. Ele está um pouco pequeno em mim, mas ficaria perfeito na Mary, e ela pode ajustá-lo como quiser, ela tem muito bom gosto. Se não for, assim, demais…”

A Condessa a interrompeu: “Com certeza não é demais. Quando você quer dar alguma coisa a alguém, deve ser algo útil. O vestido verde com flores será muito adequado para a menininha das flores”.

A Condessa então voltou para seu quarto com Amélia, e olhando gentilmente para Mary, ela disse: “Vão, minhas queridas, levem essa adorável cesta e cuidem bem das flores, para que elas não murchem antes do jantar. Eu quero que os convidados admirem a cesta que também será o enfeite mais lindo na mesa. Tchau, pequena Mary, eu deixarei que Amélia agradeça a você pelo seu presente”.

Amélia correu para o seu quarto com Mary e disse para Juliette, sua ama, trazer seu vestido.

“Você quer usar o vestido hoje, vossa senhoria?” – perguntou a ama.

“Não”, disse Amélia, “eu quero usá-lo de presente para Mary”.

“Dar para Mary!”, exclamou Juliette, num tom de surpresa, “a Condessa sabe disso?”

“Traga o vestido", disse Amélia, “e não se preocupe com nada”.

Juliette se virou, para esconder o seu rancor e saiu com o rosto ardendo em ira. Ela abriu o guarda-roupa com um puxão e pegou o vestido da Condessa. “Eu queria ser capaz de rasgar ele em pedaços”, pensou a menina má. “Essa Mary já ganhou o favor de minha jovem senhorita, e agora, ela rouba de mim esse vestido, porque ele seria meu quando Amélia não o quisesse mais. Eu queria arrancar os olhos daquela garotinha. Mas, eu vou me vingar”. 

Que espírito perverso Juliette permitiu! Ela deveria ter ficado feliz com o bem feito a Mary, mas o coração de Juliette fez o que era errado - ela nunca deve ter ouvido a Bíblia e aquele pequeno acontecimento deu ocasião para que ela demonstrasse o seu mau temperamento. Abafando a sua ira, entretanto, ela voltou com um ar agradável e deu o vestido a Amélia.

“Querida Mary”, disse Amélia, “Eu ganhei hoje presentes muito mais caros do que a sua cesta, mas nenhum deles me deu tanto prazer. Veja esse vestido com flores; receba como sinal da minha afeição e leve as minhas lembranças para seu pai”. Mary então pegou o vestido, beijou a mão da jovem Condessa e foi embora do castelo.

Juliette, com ciúmes e raiva, continuou trabalhando silenciosamente. Ela teve muita dificuldade para conseguir terminar o penteado que estava preparando, e não pôde esconder totalmente sua raiva.

“Você está com raiva, Juliette?” perguntou a jovem Condessa. 

“Seria muito tolo”, disse Juliette, “estar com raiva só porque você foi generosa”.

“Você falou com muita sensatez”, se alegrou Amélia, “Eu espero que você sempre seja tão sensata assim”.

Mary correu para casa, toda alegre, mas o pai dela tinha muita prudência para sentir qualquer alegria com um presente assim. 

“Eu preferia muito mais”, ele disse, “que você não tivesse levado a cesta para o castelo, porém agora não dá para voltar atrás. Você não faz ideia do valor desse vestido, além de ser um presente daqueles que respeitamos tanto. Eu temo que isso faça outras pessoas ficarem com inveja de você, ou, ainda pior, que ele venha a encher o seu coração de vaidade. Tome cuidado, minha filha querida, para que você não caia nesses dois males. A modéstia e os bons modos são mais apropriados para uma mocinha do que os enfeites mais belos e caros. Pense mais na beleza interior do coração, do que no adorno do corpo exterior”.

Caro jovem leitor, cuidado com o carinho por vestidos. Estar arrumado de acordo com a situação em que você se encontra é o mais consistente com a vontade de Deus e o mais indicado para ganhar o respeito do mundo. Lembre-se de que aqueles que querem mostrar o exterior, tem sobre si um interior deformado como distinção. Muitos jovens se perderam por se permitirem o desejo por roupas, e muitos jovens crentes em Cristo, nessa mesma rocha, naufragaram na fé. Mães, não permitam isso. Aprendam a entender a verdadeira beleza da simplicidade.