“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Ano Novo: O Valor do Tempo - Por Elizabeth Julia Hasell

Prezados leitores,

Neste fim de ano, o nosso coração se enche de gratidão e louvores a Deus por toda a Sua bondade e imensos favores derramados a nós neste ano que agora se finda. Tantas são as bênçãos que não se pode contar ou medir, apenas agradecer. Dificuldades e tristezas certamente nos foram enviadas também, mas especialmente nelas Deus tem sido a nossa fortaleza, abrigo, conforto e Amigo sempre perto. 

Igreja, família e amigos que nos cercam, de perto ou de longe, também merecem nossos sinceros agradecimentos. Cada um de seus gestos de amor, auxílio e encorajamento fazem com que a nossa jornada nesta vida seja adornada pela graça e misericórdia que provém do Senhor e se expande entre os que são Seus.

Com isto em mente, e lembrando-nos de que ambos os anos que se finda e o que está se iniciando agora foram concedidos a nós pela boa mão, cuidado e providência do Senhor, traduzimos este trecho da antiga autora Elizabeth Julia Hasell para nos lembrar de quão precioso é o tempo que Ele nos dá. 


"O tempo é curto." (1 Cor. 7:29) - Por Elizabeth Julia Hasell (1830-1887)


Para o cristão, o quão valioso é o tempo! E Deus o concedeu a nós, apenas minutos após minutos, para nos mostrar que preciosa dádiva Ele nos permite ter nestas pequenas gotas. Quão breve o tempo se acaba! Quão curta é a mais longa vida! Entretanto, o tempo nos é dado para nos prepararmos para a eternidade. Do mesmo modo como gastamos o nosso tempo neste mundo, assim também passaremos a eternidade. Pois a questão “onde eu passarei a eternidade?” deve ser decidida neste tempo, visto que, quando ela se iniciar, então já será tarde demais.

O tempo nos é dado para que sirvamos ao Senhor nele. O tempo nos é dado para nos arrependermos e para crermos no evangelho. O tempo nos é dado para que façamos o nosso dever em nossa própria localidade e estação. O tempo nos é dado para que façamos bem aos outros. Contudo, quanto tempo é desperdiçado! Fofocas e conversas vãs de casa em casa, atenção demasiada ao vestuário, ao invés da ordem e pureza, leituras e prazeres vãos, tantas coisas nos fazem desperdiçar um tempo tão precioso!

Mas há uma ideia específica que eu gostaria que você tivesse, um só pensamento que eu confio que o Santo Espírito pode escrever nos seus corações, e eu oro para que Ele o conserve nos seus corações também, pois Satanás e o mundo gostariam que pensássemos exatamente o contrário. E esta ideia que eu repito: o tempo nos é dado para que nos preparemos para a eternidade. Eu sou responsável e terei de prestar contas a Deus pelo meu uso ou pelo meu abuso do tempo que Ele me concede.


Oremos a Deus para que nos dê a graça de gastarmos o nosso tempo em Seu serviço, e de fazermos o nosso dever em nosso próprio dia e geração, bem como em nos preparar para a vida que ainda virá. Então, quando o tempo finalmente se esgotar, adentraremos em uma gloriosa eternidade por meio de Cristo, o nosso Senhor. O ímpio e o descuidado então desejarão, quando todo desejo será em vão, que eles tivessem, desta maneira, devotado o seu precioso tempo para Deus. O que pecadores não dariam, ao final, por um só curto dia! Ó, então, eu lhe imploro, seja sábio agora. Seja sábio neste tempo. Considere os seus caminhos e se prepare para uma vida que nunca cessará!     


"Eu creio que até mesmo o melhor dos santos de Deus, ao contemplar de perto uma vasta eternidade, terá de lamentar qualquer distância que tiveram de Deus ao longo da sua caminhada: lamentará não tê-Lo tido em todos os seus pensamentos, como um Deus presente, sempre às suas vistas. Lamentará não ter tido os seus olhos sempre cheios Dele, vendo-O e reconhecendo-O em tudo. Pois Ele está em tudo, possamos nós vê-Lo ou não. Ó, o saber que Ele é nosso, e que nós somos Dele! Ó, o achegarmos nós a Ele, em fé, e contar a Ele tudo o que está em nossos corações, conscientes de que temos o ouvido e o coração do próprio Jeová voltado para nós em nossas aflições... não é isto a mais substancial e verdadeira felicidade?" Mary Winslow (1774 - 1854)

E pensando neste nosso amor a Cristo e em como ensiná-lo às nossas crianças, concluiremos este ano de 2018 com mais este trecho do conhecido bispo anglicano J. C. Ryle, já citado várias vezes neste blog, comentando sobre a seguinte passagem do último capítulo do Evangelho de João:



João 21:15-17

“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. 
Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.
Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”

O amor a Cristo é o ponto em que nós especialmente precisamos focalizar ao ensinarmos as nossas crianças sobre religião. A verdade de que Ele nos amou ao ponto de morte, e de que eles devem amá-Lo em virtude disso, é algo que vai ao encontro daquilo que as suas pequenas mentes podem muito bem conceber e crer.

O amor a Cristo é o ponto de encontro comum entre os crentes de qualquer ramo da Igreja de Cristo na Terra. Ambos Episcopais ou Presbiterianos, Batistas ou Independentes, Calvinistas ou Arminianos, Metodistas e Moravianos, Luteranos e Reformados, Estabelecidos ou livres, ao menos neste ponto estão de acordo. Sobre formas e cerimônias, sobre a forma de governo da Igreja e estilos de culto eles podem diferir bastante. Mas neste ponto específico, eles estão unidos. Todos têm o mesmo sentimento em comum em relação Àquele em quem toda a sua esperança de salvação está construída. Eles amam ao Senhor Jesus Cristo com sinceridade (Ef. 6:24). Alguns deles talvez sejam ignorantes quanto à teologia sistemática e possam argumentar muito pouco em defesa do que crêem. Mas eles todos sabem o que sentem com relação Àquele que morreu pelos seus pecados.

“Eu não posso falar muito por Cristo”, disse uma senhora cristã idosa e de pouca escolaridade, “mas se eu não posso falar por Ele, eu posso, sim, morrer por Ele!”

O amor a Cristo será a marca distintiva de todas as almas salvas no céu. A multidão que homem algum pode enumerar terá uma só mente. Antigas diferenças se unirão em um sentimento comum. Antigas peculiaridades, que na terra foram firmemente disputadas, serão então encobertas por um senso comum de débito a Cristo. Lutero e Zwinglio não mais diferirão. Wesley e Toplady não mais gastarão tempo em controvérsias. Líderes religiosos e seus dissidentes não mais devorarão uns aos outros. Todos se encontrarão unidos em uma só voz e coração, cantando o conhecido hino de louvor: "Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!" (Apoc. 1:5-6)

* Elizabeth Julia Hassel nasceu em uma rica família que residia próximo a Penrith, na Inglaterra. Ela foi educada em casa e aprendeu sozinha o Latim, Grego, Espanhol e Português. Ela era uma especialista em literatura clássica e contemporânea e publicou numerosos artigos e resenhas, mas ela também estudou teologia extensivamente e escrever grande número de obras teológicas.
Além do estudo e da escrita, Elizabeth promoveu a educação e o bem-estar geral do distrito em que vivia, frequentemente caminhando grandes distâncias, através dos montes, a fim de ensinar nas escolas destes vilarejos ou de proferir discursos. Esta prática provavelmente lhe trouxe a um falecimento precoce; no seu desejo de fazer o bem a uma população extensa e muito espalhada geograficamente, ela muitas vezes ignorou o seu cansaço e sofreu uma frequente exposição à chuva e ao frio.
Ela escreveu várias obras devocionais, incluindo: The Rock: And Other Short Lectures on Passages of Holy Scripture (1867), de onde a devocional acima foi extraída; Short Family Prayers (1884); e Bible Partings (1883). Na primeira obra, ela expressa o seu desejo sobre o que escreveu da seguinte maneira: "As seguintes páginas, sobre temas sagrados, foram escritos para a minha própria classe de jovens mulheres. Que este volume possa falar aos pobres, aos doentes, e aos que experimentam sofrimentos ou que não possuem muito tempo para leituras devocionais".   


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