“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

sábado, 14 de março de 2015

AS RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS - PARTE 1 - INTRODUÇÃO

RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS

Esta postagem trará aos leitores um achado do grande teólogo Jonathan Edwards conhecido como as suas “Resolucões”. Esse texto consiste em setenta resoluções, escritas durante os anos de 1722 a 1723. Neste período, Edwards estava com mais ou menos vinte anos, tinha acabado de completar o seu treinamento escolar e para o ministério, e estava antecipando o estabelecimento da sua vida de trabalho. Ele fez uso dessa oportunidade para pausar e refletir sobre o tipo de pessoa que ele gostaria de ser e sobre o modo como ele gostaria de viver a sua vida.
Se você ainda não leu a nossa postagem biográfica sobre este grande herói da fé cristã, e deseja conhecer um pouco mais da sua vida e ministério, clique aqui: http://macasdeouro.blogspot.com.br/2015/02/biografias-selecionadas-da-historia-da.html
Em uma maneira que viria a tipificar a sua carreira como um todo, ele tomou a sua pena e, nos poucos momentos de calma que ele conseguia espremer de um dia atarefado, ele escreveu as diretrizes que usaria para esquematizar a sua vida de modo geral – os seus relacionamentos, as suas conversações, os seus desejos, as suas atividades. Assim, por meio destas resoluções, ele como que oferece diversos sábios conselhos a si mesmo.
O manuscrito original deste texto não resistiu ao tempo. Contudo, este texto tem sido amplamente reproduzido e impresso ao longo dos três últimos séculos. Este texto é reproduzido aqui novamente, com poucas revisões do texto para uma atualização da linguagem, com vistas a uma nova geração de leitores. Nossa esperança é que estes conselhos sábios, diretos e biblicamente sadios de Jonathan Edwards venham a nos influenciar profundamente, e possam retornar o nosso foco a Cristo e à Sua palavra revelada, a qual deve ser o único guia para os nossos passos e luz para os nossos caminhos.

INTRODUÇÃO



Edwards passou a maior parte da sua vida no Vale do Rio Connecticut. Desde o seu nascimento, em 1703, até 1750, ele morou ou ao norte ou ao sul do Rio Connecticut, entre os estados de Connecticut e de Massachusetts, exceto por alguns meses entre os anos de 1722 e 1723.
Durante este período, o jovem Jonathan deixou o seu lar e os ambientes familiares para responder ao chamado de servir a uma pequena congregação Presbiteriana na cidade de Nova Iorque. O seu novo ofício pastoral o relocou para onde seria, hoje, entre a Broadstreet e a Wallstreet.
Ele não era nada estranho a aventuras. Como estudante em Yale, ele havia se mudado algumas vezes juntamente com a sua instituição, devido, primariamente, ao fato de que Yale ainda não tinha encontrado um lar permanente, mas também, em parte, como uma tentativa de evitar confronto com as forças que eventualmente se engajariam na Guerra dos Sete Anos.
Portanto, agora, o jovem Edwards de dezenove anos de idade se encontrava em um ambiente totalmente novo, em uma nova situação, e com uma nova e bem pesada responsabilidade.
Para enfrentar estes novos desafios, Edwards, seguindo um padrão que ele estabeleceu ainda bem cedo e continuou durante toda a sua vida, se pôs a escrever. Como muitos dos seus antecessores puritanos, ele começou a escrever em um diário que serviu como uma janela para a sua própria alma e para registrar os seus pensamentos mais profundos. Esta prática serviu também como um modo de apurar o seu relacionamento com Cristo e monitorar a sua condição espiritual. Ele também começou uma série de parâmetros não apenas para medir a sua vida, mas também para estabelecer metas para si mesmo. Em essência, estas vieram a servir como indicadores da sua missão pessoal.
Edwards inicia as suas resoluções com uma lembrança solene: “Eu sou incapaz de fazer qualquer coisa sem a ajuda de Deus.” Ele se excedeu em seus estudos em Yale, se formando como o primeiro da sua classe para o seu bacharelado, e continuou a ser posicionado acima dos seus colegas no programa de mestrado.
Dotado, capaz, e bem treinado, Edwards, contudo, reconhece a sua absoluta dependência de Deus, e esta se torna o ingrediente-chave das suas Resoluções. Longe de ser um advogado da auto-ajuda, Edwards reconhece que tudo o que ele fizer que agrade a Deus, ou tudo o que vale de alguma coisa ou que possui qualquer significado é apenas o resultado da obra de Deus trabalhando por meio dele. Ao mesmo tempo, Edwards também reconhece a sua necessidade de auto-disciplina.
Ao ler as suas Resoluções, você não pode evitar perceber o desejo de Edwards de trazer todas as áreas da sua vida para debaixo do controle Divino. Este desafio permeia todo o texto. Nenhuma área da vida passa despercebida. Ele trata de todos os assuntos, desde a sua comida e bebida até às suas conversações, da oração e leitura bíblica até os relacionamentos para com os seus familiares, da sua vida espiritual até os seus desejos mais profundos – nenhuma pedra permanece de pé. Seguindo os ensinamentos de Tiago, Edwards presta atenção até mesmo àquele membro proporcionalmente menor em tamanho, mas que consiste em um membro muito significativo e dominador do corpo inteiro: a língua. Edwards reconhece quanto mal a língua pode produzir a ele, e em quantos terríveis problemas ela pode lhe colocar, e ele reserva muitas das suas resoluções ao desejo de domar deste pequeno e desgovernado membro.
As Resoluções também revelam a completa determinação de Edwards de trazer cada área da sua vida sujeita à liderança de Cristo e de descansar na soberania de Deus. Os Gregos antigos falavam do summun bonum, ou o bem supremo. Por isto, eles queriam dizer que embora hajam muitas coisas boas pelas quais o homem pode viver, alguma coisa se destaca como a melhor, a mais elevada destas coisas. Para Edwards, de modo geral, a primeira pergunta do catecismo  de Westminster define esta resposta perfeitamente. O bem maior que qualquer pessoa pode fazer  - ou, para usar a linguagem do catecismo, o nosso fim principal - , é “glorificar a Deus e gozá-lO para sempre”. Muitas das resoluções de Edwards representam a sua tentativa de transformar esta definição geral em algo concreto e específico em sua própria vida. Ele se preocupa com a proeminência de Cristo e com a prioridade da Bíblia em tudo o que ele faz. Ele deseja que a sua vida – de fato, os seus dias, semanas e meses – não seja desperdiçada nem mesmo em coisas que são boas em si próprias. Ao invés, ele quer o melhor e se compromete a isso.
Edwards começa a datar as suas resoluções em 18 de Dezembro de 1722, quando ele já está no número 35, e que é o mesmo dia em que ele inicia o seu diário. Ele conclui as resoluções em 17 de Agosto de 1723. Embora as primeiras resoluções não foram datadas, elas provavelmente foram escritas logo antes de começar a datá-las. Ele foi para Nova Iorque em Agosto de 1722 e permaneceu ali até Abril de 1723. Dali até o Outono de 1723, Edwards permaneceu no lar da sua família em East Windsor, escrevendo a sua tese de mestrado e pregando em diversas igrejas, de acordo com as suas necessidades.
Consequentemente, as Resoluções foram escritas em um período de transição na vida de Edwards.  Ele estava saindo do seu estágio fundamental de anos formadores como estudante e adentrando o estágio no qual ele começaria a sua profissão como ministro e teólogo. E durante toda a sua vida, as suas Resoluções foram um companheiro fiel e constante para ele.

Edwards inicia o prefácio das suas Resoluções com uma exortação a si mesmo para “lembrar de ler novamente todas estas resoluções uma vez por semana”. Talvez este conselho também seja digno de ser imitado. As resoluções permanecem tão relevantes hoje quanto eram no momento em que Edwards as escreveu, embora tanto tempo tenha se passado. A leitura regular delas com certeza nos ajudará também a viver, com toda a nossa força, para a glória e o louvor de Deus.

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