Nota da Tradutora: Seguindo a série de biografias da História da Igreja, esta é a primeira das biografias extraídas da segunda parte do livro "Mulheres Famosas da Igreja Reformada", por James I Good. A primeira parte desta obra já foi traduzida e publicada, em português, pela editora Knox Publicações, com o título de "Grandes Mulheres da Reforma" (clique aqui). A segunda parte da obra ainda está em processo de tradução, mas disponibilizarei aqui no blog os capítulos avulsos, à medida em que forem sendo traduzidos. Espero que a vida destas importantes personagens da História da Igreja sirvam de exemplo e encorajamento para todos nós que, mesmo vivendo em épocas e circunstâncias tão distantes, somos unidos pela mesma nobre causa, e pelo mesmo Cabeça e Salvador.
AS GRANDES MULHERES DA REFORMA – PARTE II
MULHERES DO SÉCULO XVII
CAPÍTULO I – ALEMANHA
PRINCESA ELIZABETH DO PALATINADO
Não tão conhecida como a famosa Rainha “Bess” da Inglaterra, mas muito
mais bela, foi a sua “xará” e parente, a Princesa Elizabeth, filha do Rei James
I, da Inglaterra, embora a sua ventura tenha sido tão triste quanto a sua
beleza. O triste fado da sua família, os Stuarts, parecia repousar sobre ela.
Ela se tornou a infortunada Rainha da Boêmia, o “cordeiro pascal” da Guerra dos
Trinta Anos.
Ela nasceu em 19 de Agosto de 1596, no Palácio de Falkland, na Escócia.
A sua infância foi alegrada por um irmão que ela adorava, Henry, o qual
infundiu na sua jovem mente uma aversão contra a Igreja de Roma que continuou a
se intensificar, posteriormente, quando ela veio a sofrer tanto debaixo dos
poderes de Roma.
Ela foi enviada para estudar na Escola de Combe Abbey. Enquanto estava
ali, ela foi retirada às pressas quando a pólvora da conspiração (em 1605) foi
descoberta, pois os conspiradores desejavam capturá-la e forçá-la a se tornar
rainha. Quando o perigo passou, ela escreveu ao seu irmão uma pequena nota que
concluía com esta expressão: “Se Deus é por nós, quem poderá ser contra nós?”
Naquele momento, um rapaz de nove anos de idade lhe enviou do continente uma
nota de parabenização pela sua segurança. Este era o pequeno Conde Frederico do
Palatinado, o qual, mais tarde, se tornaria o seu esposo. Ele declarava nesta
nota que ele cria que aquela terrível conspiração procedia da agência direta do
Anti-Cristo. Depois disso, ela escreveu para o seu guardião um poema no qual
ela parece ter sido dotada do mesmo espírito devocional de Lady Jane Grey.
Quando ela tinha dezesseis anos de idade, Frederico pediu a sua mão.
Considerou-se sábio unir dois poderes tão proeminentes e Reformados quanto a
Inglaterra e o Palatinado em casamento. Então, em 16 de Outubro de 1612, o
Príncipe Frederico embarcou para a Inglaterra para receber a sua noiva. Os
Protestantes da Inglaterra estavam muito contentes pelo casamento da sua bela
Princesa com Frederico, embora o católicos tenham se oposto a isso, e a própria
mãe de Elizabeth nunca perdeu uma oportunidade para relembrá-la de que ela
estava casando com alguém que estava aquém da sua posição, chamando o Príncipe
Frederico do Palatinado de o “condezinho do Palatinado”. Elizabeth prontamente
respondeu: “Eu prefiro casar com um conde Protestante, do que com um Imperador
Católico.” Aconteceu que, logo que Frederico chegou na Inglaterra, o Príncipe
Henry, herdeiro do trono e o ídolo do povo, faleceu. Assim, afortunadamente,
Frederico veio à Inglaterra para se posicionar no lugar do irmão de Elizabeth.
E a nação parecia transferir todo o seu interesse pelo finado Príncipe para
Frederico.
Eles foram casados no Dia de São Valentino, em 1613, com grande pompa.
Vestida em um belo manto de gala branco e de prata, ornado com diamantes, uma
coroa de ouro em sua cabeça, o seu longo cabelo trançado com pérolas e
diamantes, a sua caravana carregada por treze jovens vestidas de branco, ela
foi desposada pelo Príncipe. O Arcebispo de Canterbury realizou o casamento, e
um sermão foi pregado pelo bispo de Bath e Wells, sobre as bodas de Canaã. Depois
do casamento, Frederick visitou Cambridge e Oxford, onde foi recebido com
grande honra, e então se preparou para levar a sua noiva de volta à sua própria
terra.
A jornada que fizeram, passando pela Holanda e ao longo do Rio Rhine se
pareceu com uma entrada triunfal. Uma recepção era seguida por outra recepção.
Em Amsterdã, da sua barca para a sua carruagem, ela passou por uma ponte
ricamente acarpetada, enquanto na frente da estação estava um belo arco no qual
ela estava representada como Thetis, a deusa mãe de Aquiles. Todos os dias
haviam apresentações militares, de modo que o seu diário de recém-casada parece
com uma marcha de vitória. Em Dusseldorf, o seu esposo havia providenciado um iate
no qual ela navegaria o belo Rio Rhine até Heidelberg. Quando ela chegou ao
Palatinado, ela foi recebida pelas cidades de Oppenheim e Frankenthal com grande
regozijo e honra.
Ela chegou em Heidelberg em um belo dia de Junho. Praticamente toda a
nobreza Protestante da Alemanha estava lá para recebê-la; e à medida que eles
chegavam, com grandes comitivas de seguidores, Heidelberg se encontrava cheia
de júbilo e esplendor. A Princesa chegou diante da cidade, na companhia de mais
374 pessoas, dentre elas nobres Ingleses como o conde de Arundel e o Lord
Lenox. À medida que ela prosseguiu em direção ao castelo numa carruagem com
oito cavalos, espalhavam-se nas ruas folhagens de relva verde, e os tetos eram
coroados com os ramos de Maio. Ao longo dos muros, haviam sido penduradas
guinaldas de flores. No dia seguinte, o pregador da corte, Scultetus, pregou um
sermão e as festividades continuaram por doze dias. Elas se encerraram em 18 de
Junho de 1613, com um sermão de Scultetus sobre o tema de ações de graças,
baseado no Salmo 119. Aproximadamente 300,000 libras foram gastas e 5500
pessoas banqueteavam diariamente no castelo.
E assim se iniciaram os seus dias mais felizes. A sua “lua de mel” durou
cinco anos. Este belo castelo, que provocava a admiração dos visitantes
Ingleses, havia sido ampliado pelo castelo Inglês e pela robusta torre na aba
oeste, construídos por Frederick para a sua noiva Inglesa. Ele também nivelou e
transformou o lado posterior e montanhoso do castelo em um dos mais belos
jardins – um paraíso de flores para que ela pudesse descansar e aproveitar. Ali,
no verão, laranjas e limões espalhavam o seu aroma. Aqui havia um pomar Inglês,
e ali um bosque de amoreiras. Belos canteiros de flores, de muitas variedades e
cores, variavam a vista. Da beira de um precipício jorravam cachoeiras
artificiais, enquanto córregos prateados de água fluíam quando o jardim lhes
abria passagem e, à medida que fluíam, sinfonias musicais, supostamente
sussurradas pelas ninfas, adentravam os seus ouvidos. Haviam grutas das quais
corriam riachos melódicos. As belezas deste jardim eram tão majestosas que o
Rei Luíz XIV, da França, o invejou e receou que a sua beleza eclipsaria o
esplendor dos seus jardins no Palácio de Versailles.
Ali se passaram os anos mais felizes da sua vida. A sua felicidade
pareceu culminar no ano de 1619, quando ela se tornou rainha, visto que o seu
esposo foi eleito Rei da Boêmia. A sua mãe não podia mais desprezá-la por ter
casado apenas com um príncipe, pois agora ela era uma rainha. Ela ganhou o posto
tão cobiçado, mas ah! Pesada é a cabeça que sustenta uma coroa. Contudo, ela
estava pronta para este posto, visto que ela escreve ao seu esposo, logo após
ter aceitado o trono: “Eu não me amofinarei, sejam quais forem as consequências
que me venham sobrevir, ainda que eu seja forçada a abrir mão da minha última
joia”.
O momento então chegou, quando a Rainha Elizabeth partiria rumo à Praga,
para ascender ao trono da Boêmia. A sua partida de Heidelberg foi infausta,
como que apontando para os seus sofrimentos futuros. O dia anterior ao da sua
partida foi um Domingo. Ela atendeu ao culto naquele dia e o seu capelão, por
uma curiosa coincidência, pregou no texto: “Ouçam
agora, vós que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade,
passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’. Nem mesmo sabeis vós o
que acontecerá amanhã!” Estranho dizer, mas “o ano” daquele texto foi cumprido,
visto que ela permaneceu apenas um ano como rainha em Boêmia, até que desastres
inesperados se sobreviessem a ela. Quando ela chegou à fronteira da Boêmia,
juntamente com o seu esposo, ela foi recebida com grande honra. A sua jornada
lhe assemelhou com a sua jornada nupcial ao longo do Rio Rhine, poucos anos
atrás.
A sua beleza e posição pareciam
fascinar os Boêmios. Em Waldsach, as mulheres e crianças se reuniam em volta
dela, tocando as barra das suas vestes e se prostrando diante dela como se ela
fosse uma nova divindade. A sua jornada foi completada e coroada por uma
magnífica processão triunfal para dentro de Praga, em 21 de Outubro de 1620.
“Nunca mais”, diz o seu biógrafo, “desde os dias da Santa Elizabeth, tem
qualquer princesa inspirado sentimentos de afeição tão apaixonada no povo de
Praga. Os cavalos da sua carruagem foram adornados com detalhes de prata e
ouro, e ela sentou debaixo de uma abóbada de ouro e prata não mais esplêndida
do que a sua própria complexidade tão bela”. O seu esposo foi coroado em 3 de
Novembro, e três dias depois, ela foi também coroada com grande honra. Em meio
à músicas, ela se aproximou da capela da igreja de Hussite, e se ajoelhou para
receber a coroa da Boêmia. O Administrador da Boêmia, que a coroou, pregou um
longo sermão o qual ele encerrou dizendo: “que a piedade da nova rainha seja
recompensada com a longevidade de Sara; que em todos os seus empreendimentos,
ela seja próspera como a bela Rebeca; que ela prevalesça contra os seus inimigos
como a destemida Jude; que ela seja humilde e magnânima como a Rainha Esther; e
que, finalmente, ela seja perseverante como a Rainha de Sheba na procura por
sabedoria e verdade, a fim de que, acima de tudo, ela possa ser coroada com os
bens espirituais do bendito Salomão, que havia sido escolhido e solenemente
aprovado pelo Salvador do Mundo.” Assim, então, ele solenemente a coroou,
enquanto os muros ressoavam com o brado: “Viva à Rainha Elizabeth!”.
Contudo, assim como o seu esposo, ela
logo descobriu que pesada é a cabeça que sustenta uma coroa. Ela viu como era
difícil manter a adoração dos boêmios. A sua ignorância quanto à língua Boêmia
a separou daquele povo como que por uma muralha da China. Os costumes da sua
corte eram muito diferentes dos costumes do seu povo. O Boêmios eram pessoas
simples e rústicas do campo, enquanto a sua corte possuía a frivolidade do comportamento
Francês. Assim, aqueles costumes sociais logo entraram em conflito. Como uma
ilustração disso, conta-se que logo após a sua chegada, as esposas de alguns
dos cidadãos de Praga foram lhe presentear com uma dádiva que consistia em
amostras dos seus produtos culinários, como bolos e pães. Estes foram trazidos
numa sacola rudemente abarrotada. A rainha, agradecendo-lhes, recebeu a oferta.
A sua corte, contudo, tratou as gentis doadoras com terrível escassez de
cortesia. Um pajem ridicularizou a oferta se apossando de um dos pães e
torcendo-o em formas fantásticas e ainda colocando-o em sua cabeça como uma
grinalda. O resto da corte seguiu o seu péssimo exemplo e os pobres boêmios
saíram dali magoados.
As suas visões religiosas também lhe
alienaram deles. Assim como os reformadores, ela detestava cruzes e crucifixos.
Agora o Boêmios tinham uma grande cruz na ponte sobre o Moldau, para a qual
eles olhavam como se fosse o seu santo patrono. Ela foi solicitada para que
evitasse aquela ponte, a fim de não passar pelo crucifixo.
Estes problemas foram apenas uma preparação para os
dias mais sombrios que ainda viriam. O seu esposo foi recrutado pelo exército,
que deveria proteger Praga. Ele logo viu os perigos que pairavam sobre eles e
escreveu para ela dizendo que se ela se sentisse amedrontada, ela deveria
deixar Praga, mas ela se recusou a deixá-lo para trás. Embora angustiada e
ansiosa, ela tinha de manter a máscara de alegria externa e de agrado com
relação à sua corte e ao povo. Finalmente, o exército do seu esposo foi
derrotado em um Domingo, dia 8 de Novembro de 1621, logo ao redor da cidade de
Praga. Ela estava atendendo ao culto quando a batalha começou e o ministro havia
acabado de ler “dai a César o que é de César...” quando o estrondo do canhão
sacodiu a igreja e o ministro deixou o púlpito e, juntamente com a congregação,
se apressou para junto dos muros da cidade, a fim de assistir a batalha.
Frederick apressadamente a colocou em uma carruagem e a enviou à cidadela para
a sua segurança. E agora começariam as suas aflições que, como ondas sobre
ondas, passaram sobre ela. Na manhã seguinte, às nove da manhã, Frederick
trouxe a sua carruagem, para que ela escapasse dali. Ao entrar ali, ela nunca
mais retornaria à Praga, e um dos seus admirais, o jovem Conde Thurm, se
ofereceu para defender a cidadela por alguns dias, a fim de que ela pudesse
escapar com segurança. Mas ela nobremente o proibiu de fazer isso, dizendo: “Nunca
haverá de o filho do nosso melhor amigo por em perigo a sua vida para me poupar
dos meus medos. Antes deixe-me perecer do que ser relembrada como uma maldição
para esta cidade.”
Em meio à terríveis estradas, Elizabeth e o seu esposo
fugiram para Breslau. Algumas vezes, a estrada se tornou impassável, e ela teve
de sair e cavalgar em meio ao tempo frio de inverno. Uma terrível tempestade de
neve os assaltou. Finalmente, eles chegaram à salvos em Breslau, mas a recepção
dos seus habitantes foi tão fria quanto o clima do inverno. Estava evidente que
ela não podia continuar ali, mas para onde ela poderia ir para encontrar
segurança? Ela escreveu ao seu pai, o Rei James da Inglaterra, implorando a ele
por ajuda, dizendo que se ele a abandonasse, todos eles pereceriam; mas ele não
lhe quis ouvir, embora os puritanos da Inglaterra fossem fortemente a favor de
que ela fosse ajudada. Para onde ela poderia ir? Ela finalmente encontrou um
breve lugar de descanso no forte de Custrin, onde o Eleitor de Brandergurg, seu
cunhado, permitiu que ela ficasse, mas recusou dar a ela qualquer dinheiro. Foi
ali que ela deu à luz um filho. Ali, então, esquecida pelo seu pai e expulsada
pelo seu cunhado, ela viajou em direção ao oeste, para a Holanda. Quão
diferente foi esta sua jornada daquela jornada nupcial que ela havia feito
poucos anos atrás. Naquela, tudo era alegria, enquanto agora, tudo era
tristeza. O governo holandês, no entanto, a recebeu como uma rainha, e
gentilmente permitiu que ela se alojasse em uma pensão. Ali, enfim, ela e o seu
esposo encontraram asilo durante os terríveis anos da Guerra dos Trinta Anos.
Aqui, uma provação após a outra pareceram sobrevir
sobre ela. A população holandesa passou a chama-los de “os mendigos reais”. Em
1628, ela perdeu o seu filho mais velho, um menino brilhante, o herdeiro do
trono, que foi juntamente com o seu pai a Haarlem para ver o retorno da frota
Holandesa após terem capturado a frota de prata dos Espanhóis. O jovem rapaz
morreu afogado, diante dos olhos do seu pai, gritando: “Me salve, Pai!”.
Ela foi tomada por um raio de alegria quando Gustavus
Adolphus ganhou as suas vitórias. Mas essa alegria lhe foi tirada pela ausência
do seu esposo, o qual teve de ir encontrar-se com Gustavus. E no ano seguinte,
Gustavus, que havia sido uma espécie de anjo da guarda para ela, foi morto.
Poucos dias após isso, chegou-lhe a notícia da morte do seu esposo. As suas
calamidades anteriores pareceram triviais quando comparadas a esta. Ela
mostrou, como disse um escritor, “um luto admirável”. Contudo, ela confessou em
uma carta ao Estado Holandês que “o seu primeiro grande recurso era o céu”.
Spanheim, o seu biógrafo, diz: “As suas cartas são admiráveis pela sua força de
julgamento e pela sua resignação digna e tocante piedade.”
Ela parecia ter sido deixada sozinha, sem esposo ou
país, com ninguém mais além dos seus filhos restantes. E mesmo estes lhes
trouxeram ansiedades crescentes. Um filho foi derrotado e outro capturado pelo
Imperador. E então veio a morte do Duque Bernard de Weimar, que havia sido um
guardião para ela após a morte do seu esposo. Depois veio a amarga angústia de
ver um filho e uma filha indo para o lado dos católico-romanos. O seu irmão, o
Rei Charles I, da Inglaterra, foi decapitado. E ainda assim, a sua vida não
estava totalmente sem esperança. Ela encontrou, em Hague, a sociedade dos
cultos. Os ministros Reformados lhe mostraram grande gentileza. Ela viveu em
sossego, por muitos anos, em uma vila campestre em Rheten. Ali ela pôde
praticar o seu esporte favorito que era o entalhe. Ali ela educou os seus
filhos. A sua casa foi chamada “a mansão das musas e das graças”, em virtude
das suas belas filhas. Ali, o grande filósofo Decartes ensinou a sua filha
Elizabeth.
Mas, Ai! Os seus problemas ainda não haviam passado. O
encerramento da Guerra dos Trinta Anos devolveu o Palatinado à sua família, mas
isso apenas acrescentou aos seus desconfortos. Pois como o seu filho, o Eleitor
Charles Lewis, não cuidou dela como deveria, ela sofreu crescente necessidade.
Por fim, tomada de todo objeto que tornava a Holanda amável para ela, ela
aceitou o convite, em 1661, para retornar à Inglaterra. Quão diferente foi o
seu retorno da sua partida, muitos anos atrás. Nenhum brado se ouviu das
multidões, e nenhuma homenagem veio dos nobres. Ela, que antes havia sido um
poder de negociação entre as nações, e a rainha da beleza na sociedade, agora
estava esquecida.
Após viver por pouco tempo em sossego, ela faleceu em
13 de Fevereiro de 1662. “Ela foi uma princesa de talentos e virtudes que
dificilmente podem ser comparados e muito raramente ultrapassados.” A sua beleza
e o seu tato a fizeram poderosa na história. Bravos homens como Gustavus
Adolphus e o Lord Craven, como cavaleiros da Idade Média, foram levados, pela
sua beleza, a tomar a sua causa. Por esta razão, também, o Duque Christian de
Brunswick estendeu a mão para ela, beijou-a, apanhou a sua luva e a colocou em
seu chapéu, como uma pluma, e então, desembainhando a sua espada, fez um voto
solene de nunca depor as armas até que ela estivesse novamente no trono da
Boêmia. Ele colocou como o lema em sua bandeira: “Por Deus e por ela.”
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