Esta nova série de postagens consiste na tradução
de um clássico infantil favorito da escritora Elizabeth Prentiss, intitulada,
no inglês, de “Little Susy’s Little Servants”.
A autora americana, herdeira do movimento
Puritano, viveu na Nova Inglaterra entre os anos de 1818 e 1878, e é autora do
conhecido Hino “Mais amor por Ti” (“More Love to Thee”) e da obra “Pisando em
Direção ao Céu” (“Stepping Havenward”), dentre vários outros títulos. Os seus
escritos, embora tenham sido publicados e grandemente divulgados já em sua
própria época, ganharam renomada popularidade no final do século XX.
Elizabeth era uma dentre os oito filhos do
Ministro Edward Payson, tendo sido criada desde cedo nos caminhos da fé
protestante. Desde a idade de dezesseis anos, ela já contribuía com escritos em
um periódico voltado para a juventude “The Youth’s Companion”. Ela fundou, em
1838, uma escola para meninas em sua própria casa, e dois anos depois partiu
para o estado da Virgina para ser dirigente de departamento de uma escola para
meninas.
Ela casou-se, em 1845, com George Lewis
Prentiss, um ministro Presbiteriano, com o qual teve seis filhos, dois dos
quais faleceram ainda na infância.
Embora tenha tido uma saúde frágil e delicada,
ela faleceu com a idade de 59 anos e o seu hino “Mais Amor por Ti” foi cantado
no seu funeral. Após a sua morte, o seu esposo editou e publicou um livro
composto por várias das suas cartas “Vida e Cartas de Elizabeth Prentiss” (“The
Life and Letters of Elizabeth Prentiss”), o qual continua em publicação e,
segundo as suas próprias palavras, extraídas do prefácio desta obra, ela diz:
“Muito da minha experiência de vida tem me custado um alto preço, e eu desejo
utilizá-la para o fortalecimento e conforto de outras almas.”
Nesta obra para crianças, nós veremos a pequena
Susy crescer e se transformar, de um pequeno bebê, em uma pequena mocinha de
seis anos de idade, enquanto os seus ajudantes aprendem a brincar, a se ocupar
com diversas atividades e a fazer coisas para ajudar os outros. Às vezes, eles
também lhe metem em problemas! Mas durante este percurso, a pequena Susy
aprende a ser gentil, a servir os outros, e mais importante de tudo, a amar e
servir a Deus de todo o seu coração.
OS PEQUENOS SERVOS DA
PEQUENA SUSY
CAPÍTULO I
Já que a pequena Susy possuía uma amável mãe para
tomar conta dela, você se perguntará, talvez, porque Deus lhe deu ainda um
grande número de servos só para ela. Ele lhe deu tantos servos que você poderia
passar a sua vida inteira lendo sobre eles. Mas eu lhe contarei apenas sobre
alguns deles e então você pode pedir à sua mamãe que lhe conte sobre os outros.
Pois os pequenos servos que a Susy tinha, você também tem.
De início, ela não sabia para que eles serviam,
ou onde eles estavam. E eles também não sabiam, por isso eram inúteis. Dois
deles eram negros, e tão parecidos que você não podia distinguir um do outro.
Susy os mantinha trancados a maior parte do tempo, de modo que ninguém os via.
Quando as suas tias e primos vinham visitá-la, eles diziam: - Eu acho que hoje
ela vai nos deixar vê-los! Mas acabavam tendo de ir embora bem decepcionados.
Estes servos negros eram umas coisinhas bem brilhantes, e eles logo aprenderam
a entreter bastante a Susy. Uma das primeiras coisas que eles fizeram por ela
foi deixá-la ver o fogo da lareira, o que ela achou muito bonito.
Susy tinha um outro par de gêmeos como seus
servos, mas ela sabia tão pouco para que eles serviam que eles lhe davam
pequenos tapas e às vezes até arranhavam o seu rosto. A sua mãe disse que ela
precisaria amarrá-los se eles fizessem isso. De fato, muitos bebês pequenos
acabam precisando tê-los cobertos com panos brancos para impedir que façam
travessuras até que tenham idade suficiente para saberem como agir. Mas embora
eles não soubessem como se comportar, eles eram muito bonitinhos, pequenas
criaturinhas, e quando o papai da Susy se ajoelhava e pegava um deles em suas
mãos, e o beijava e o admirava, e comentava sobre o quão engraçadas eram
aquelas coisinhas, eles pareciam, realmente, com lindas pétalas de rosas, ou
com qualquer outra coisa macia e rosada que você possa imaginar.
Susy possuía ainda um outro par de gêmeos, dos
quais ela não tomou muito conhecimento por alguns meses. Eles não aprenderam a
esperar por ela tão cedo quanto os outros. Eles eram umas coisinhas gordinhas e
inquietas, dificilmente ficavam quietos por um só momento, e só o que eles
sabiam fazer era chutar e fazer buracos em meias brancas e azuis.
Susy tinha ainda um outro par de gêmeos não
muito bonitos, mas muito úteis, pois sem eles ela nunca conseguiria ouvir a sua
mãe cantar, ou o seu pai assoviar; ou a pá e a pinça caírem fazendo sons muito
interessantes; nem o seu gatinho dizendo: - Miau! Ou o cachorro dizendo: - Au!
Au!
Ela tinha ainda mais um servo que ela mantinha
fora da sua vista o tempo todo. Ele só servia, de início, para que ela pudesse
ganhar muitos cafés da manhã, almoços e jantares todos os dias. Mas ele veio a
servir para muitas outras coisas depois de um tempo.
Mas se eu continuar com esta descrição, eu
receio que você poderá ficar embaraçado, você que é uma criatura tão pequena.
Então se você puder imaginar os nomes destes servos da Susy, eu lhe darei três
tentativas. E se você não acertar na terceira vez, você terá de espiar contra o
vidro, onde você verá todos estes servos seus; eu quero dizer, estes sobre os
quais eu lhe tenho dito.
Que lindo!
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