XVI.
Treine-os lembrando-se continuamente das promessas das Escrituras
Eu menciono isso também brevemente, para
guardá-lo contra o desânimo. Você possui uma clara promessa ao seu lado:
“Treina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não
se desviará dele” (Pr. 22:6). Pense no que consiste ter uma promessa como esta.
As promessas eram a única lamparina de esperança que encorajava o coração dos patriarcas
antes da Bíblia ser escrita. Enoque, Noé, Abraão, Isaque Jacó, José, - todos
estes viveram com base em algumas promessas, e prosperaram em suas almas. As
promessas são as bebidas medicinais que em todas as épocas, têm apoiado e
fortalecido os crentes. Aquele que tem um simples texto ao seu lado, nunca
precisará desanimar. Pais e mães, quando os seus corações estiverem
desapontados e prestes a estancar, olhem paras as palavras deste texto e sejam
confortados.
Pense em quem é que está nos prometendo. Esta
não é palavra de homem, que pode mentir ou se arrepender; esta é palavra do Rei
dos Reis, que nunca muda. Se Ele disse alguma coisa, Ele não a cumprirá? Ou se
Ele falou algo, Ele não o fará para o bem? E nem é coisa alguma difícil demais
para que Ele a execute. As coisas que são impossíveis para o homem, são
possíveis para Deus. Leitor, se nós não recebermos os benefícios da promessa
sobre a qual estamos dependendo, a culpa não está Nele, mas em nós mesmos.
Pense, também, no que essa promessa contém antes
de se recusar a ser encorajado por ela. Ela fala de um certo momento em que o
bom treinamento especialmente produzirá fruto – “quando [a criança] for velha”.
Certamente, há conforto nisso. Você poderá até não ver com os seus próprios
olhos o resultado de um treinamento cuidadoso, mas você não sabe que benditos
frutos poderão brotar disso, até mesmo bem depois de você morrer. Não é o modo
de Deus nos dar tudo de uma só vez. “O porvir” é muitas vezes o tempo que Ele
escolhe para trabalhar tanto nas coisas da natureza, quanto nas coisas da
graça. “O porvir” é a estação quando as aflições produzem o fruto pacífico da
justiça (Heb. 12:11). O “porvir” foi o tempo em que o filho que havia se
recusado a trabalhar na vinha do seu pai se arrependeu e retornou (Mt. 21:29).
E o “porvir” é o tempo para o qual os pais devem olhar se eles não veem sucesso
no seu próprio tempo. Você deve semear na esperança e plantar na esperança.
“Lança o teu pão sobre as águas”, diz o
Espírito, “porque depois de muitos dias, o acharás.” (Ec. 11:1). Muitos filhos,
eu não duvido, se levantarão no dia do juízo e bendirão aos seus pais pelo bom
treinamento recebido, os quais nunca mostraram sinal algum de terem tirado
proveito dele durante toda a vida dos seus pais. Siga avante, portanto, em fé,
e esteja certo de que o seu labor não será totalmente desperdiçado. Por três
vezes Elias teve de se reclinar sobre o filho da viúva antes que ele revivesse.
Siga o seu exemplo, e persevere.
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