CAPÍTULO VIII
–Mamãe! –disse a Susy um dia, quando eles
estavam andando de volta para casa, da igreja– Tem uma menininha na minha
classe da escola dominical que me ama muito. Ela sempre segura na minha mão e a
abraça.
A sua mãe sorriu e disse:
–Bom, então eu espero que você a tenha abraçado
de volta.
–Eu fiquei com medo –disse a Susy.
–Então eu ouso dizer que aquela menininha ficou
desapontada. Você deveria ter demonstrado a ela que você é grata pelo amor que
ela lhe tem.
–Eu só virei a minha cabeça, assim –disse a
Susy.
–Em vez disso, você deveria ter sorrido e
olhado para ela com carinho, como que dizendo a ela que você gosta que ela lhe
ame, e que você a ama também.
A Susy olhou para baixo e sorriu:
–Eu fiquei com medo –ela disse novamente.
Elas andaram juntamente, em silêncio, por algum
tempo. Afinal, Susy praticamente se esqueceu do que elas estavam conversando e
começou a pensar em quão agradável estava o dia, e o quão doce e fresco estava
o ar e como era bom andar juntamente com os seus queridos pais e enquanto ela
pensava em tudo isso ela segurou a mãe da sua mãe ainda mais firme e
amorosamente. A sua mãe, no entanto, não se apercebeu disso e virou a sua
cabeça para o outro lado.
A Susy se sentiu magoada. “A mamãe não me ama
nem um pouco”, ela pensou para si mesma, e estava para largar a sua mão.
A sua mãe olhou para ela, sorriu, e disse
brincando:
–Ah, eu senti o seu amoroso aperto na minha
mão, mas fiquei com medo de retorná-lo a você.
A Susy sorriu também. Ela nunca esqueceu desta
pequena lição e ela lhe foi muito útil durante toda a sua vida.
As crianças deveriam não somente aprender a
observar pequenos gestos de amor, mas também a ser gratos por eles.
–Mamãe, eu fui uma boa menina na igreja hoje?
–Disse a Susy, quando eles chegam em casa.
–Sim, você se comportou até bem. Mas eu preciso
lhe contar sobre um pobre menininho, cuja vida você irá ler, quando você
crescer mais um pouco.
Quando alguém lhe perguntou se haviam muitas
crianças na sua classe da escola dominical, ele disse: “Eu não sei, pois quando
eu estou ali, eu nunca ouso olhar para os lados.”
–Agora as suas mãozinhas se comportaram bem na
igreja, e os seus pezinhos também. Mas eu penso que os seus olhos e ouvidos não
se comportaram tão bem assim.
–Os meus olhos realmente estavam olhando muito
para todos os lados –disse a Susy–, mas os meus ouvidos não podiam estar fazendo
nada de mal.
–Podiam sim, querida Susy, se elas não estavam
ouvindo com atenção ao que estava sendo dito. Elas ouviram alguma coisa da
pregação?
–Não, mamãe, eu estava ocupada, pensando. Eu
estava pensando nas minhas bonecas.
–Mas nós não vamos à igreja para pensar em
bonecas, nós vamos para adorar a Deus e ouvir mais sobre Ele.
–Os adultos não têm nenhuma boneca –disse a
Susy.
–Mas eles têm outras coisas que eles gostam muito
também. E logo que eles chegam na igreja, eles precisam pedir a Deus que lhes
ajude a não pensar em coisa alguma senão Nele mesmo, e a ouvirem o que está
sendo dito. Pois a Bíblia fala daquelas pessoas que, tendo ouvidos, não ouvem,
e eu não quero que a minha pequena Susy seja uma delas.
A Susy, então, subiu as escadas e foi ao quarto
do bebê, onde ela encontrou o Robbie dormindo em seu berço. Ela foi até ele e,
colocando a sua boca perto do seu ouvido, gritou:
–Robbie, Robbie!
O Robbie abriu os seus olhos, virou-se na cama
e sorriu.
–Mas que menina danada! –Disse a babá–, acordando
o seu irmãozinho desse jeito. Eu vou contar para a sua mãe e ela lhe punirá
muito bem.
–Eu não queria acordá-lo –disse a Susy–, eu só
queria saber se ele é um daqueles que tendo ouvidos, não ouve. Mas pelo jeito
ele não é assim, pois ele acorda tão facilmente.
–Eu contarei logo para a sua mãe. Agora ele vai
ficar todo irritado! Eu finalmente tinha acabado de colocá-lo para dormir. Isso
é tão mal!
A Susy ficou bem confusa ao ver o que ela tinha
feito. Ela correu lá para baixo e contou tudo para a sua mãe.
–Eu estava sendo levada, mamãe?
–Sim, eu acho que você estava. Pois você sabe
quantas vezes eu já lhe disse para não fazer barulho algum quando o Robbie está
dormindo. E também é errado usar as palavras santas de Deus em brincadeira.
A Susy suspirou.
–Que coisa! –disse ela– primeiro as minhas
orelhas foram levadas, e depois a minha língua. Mas elas se arrependem disso,
mamãe.
A sua mãe a beijou e lhe disse para ir lá para
cima entreter o Robbie, já que ela havia feito com que ele perdesse o seu
cochilo da tarde. Então a Susy foi e disse, com voz agradável, à babá:
–Eu vim “treter” o Robbie, já que eu o acordei.
A babá sorriu e disse:
–Bem, você até que é boazinha quando não está
sendo levada!
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