Breve Exposição do Texto Bíblico de João 13:12-17 – J. C. Ryle
“Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e,
voltando à mesa, perguntou-lhes: compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o
Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, seu eu, sendo o Senhor e
o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é
maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora,
se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.”
Filipenses 2:1-8
“Se
há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma
comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a
minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais
unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou
vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si
mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada
qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação
o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si
mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz.”
Esta
preciosa passagem das Escrituras se aplica, sem dúvida, a todos os cristãos, mas
tenho a impressão de que as mães de crianças pequenas, juntamente com as suas próprias crianças, seriam muito beneficiadas se mantivessem estas palavras
sempre em mente. Não há nenhum trabalho que seja trivial ou desonroso
demais para realizarmos, não apenas para homens, mas para o Senhor. “Em todo
trabalho há proveito” (Prov. 14:23)
Ah,
se nós compreendêssemos melhor a importância destas verdades e deixássemos muitas de nossas comodidades de lado para realizar um bem maior às nossas próprias famílias ou a
irmãos necessitados. Que o nosso Bom Mestre nos ensine esta lição a cada dia,
de modo que possamos ensiná-la e exemplificá-la também aos nossos filhos, para
o bem de nossas próprias famílias, igrejas e comunidades!
“Se
o único e eternamente-gerado Filho de Deus, o Rei dos Reis, não hesitou em
realizar a tarefa mais humilde de um servo, não há nada que os seus discípulos
possam pensar que não merecem fazer por se julgarem grandes ou bons demais para
tal insignificante tarefa. Nenhum pecado é tão ofensivo a Deus e tão agressivo
à alma quanto o pecado do orgulho. E nenhuma graça é tão elogiada, seja por
preceitos ou por exemplos, nas Escrituras, quanto a humildade. “Revesti-vos de
humildade” (1 Pedro 5:5). “Aquele que humilha a si mesmo, será exaltado” (Lucas
18:14). “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois
ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo...” (Filipenses
2:5-8). A Igreja estaria muito melhor se esta mesma simples verdade fosse mais
relembrada e a real humildade não fosse tão rara, como tristemente é. Talvez
não haja uma visão mais desagradável aos olhos de Deus quanto a de um auto-estimado,
auto-satisfeito, auto-contentado e presunçoso professo da religião.
O
amor é manifestadamente o outro lado desta grande lição prática. O nosso Senhor
deseja que nós amemos tanto aos outros, que deveríamos nos deleitar em fazer
qualquer coisa que possa promover a sua felicidade. Nós devemos nos regozijar
em realizar qualquer gentileza, mesmo nas menores coisas. Nós devemos contar
como um prazer quando podemos aliviar qualquer sofrimento ou multiplicar alegrias,
mesmo quando isso nos custar grande auto-sacrifício e auto-negação. Nós devemos
amar a cada filho de Adão tão bem que, se com a menor trivialidade, pudermos
fazer alguma coisa para deixá-lo mais feliz e confortável, nós deveríamos estar
contentes em fazê-lo. Esta era a mentalidade do nosso Mestre e este foi o
princípio regente de toda a Sua conduta nesta terra. Há somente muito poucos
que andam nas Suas pegadas, temo eu, mas estes poucos são homens e mulheres
segundo o Seu próprio coração.” (J. C. Ryle)
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