OS PEQUENOS SERVOS DA PEQUENA SUSY - ELIZABETH PRENTISS
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CAPÍTULO VII
Logo que a Susy aprendeu a andar, ela estava tão
contente por descobrir que podia correr para todos os lados, que ela gostava
muito de correr e pegar coisas para a sua mamãe ou para o seu papai.
Ela se sentiu quase como uma mocinha quando ela
descobriu que podia carregar uma das botas do seu pai e entregá-la a ele; e
quão alegre ela ficou quando a sua mãe lhe enviou para pegar a sua cesta de
trabalhos manuais! Quando o Robbie estava sendo vestido, ela gostava de ficar
bem pertinho e segurar os pinos para a sua mãe, e ela até pensava que podia
pentear os seus cabelos e atar as suas roupinhas, se eles a deixassem tentar.
Mas à medida em que ela crescia em
idade, em força e em sabedoria, e assim se tornava mais capaz de correr para
ajudar a sua mãe ou de esperar pelo seu pai, a Susy também se tornou mais
egoísta. Se a sua mãe lhe dissesse: “Susy, traga à mamãe a minha cesta de
trabalhos.” A Susy só dizia: “Espere um minuto, mamãe!”, e continuava
brincando. Ou então, ela perguntava: “Eu tenho mesmo que ir pegá-la?”; ou
então: “eu não posso esperar até que eu termine esta minha casinha?”. E se o
seu papai dissesse: “A minha pequena Susy não quer vir fazer um cafuné na
cabeça do papai?” A Susy podia até se dispor a dar um ou dois pequenos agrados
em sua cabeça, mas então ela corria de volta para ir brincar.
Foram muitos os métodos usados pelos
seus pais para curar a Susy destas falhas. Um dos melhores deles foi nunca
deixar que ela fizesse um favor depois que ela já tivesse colocado algum
empecilho para fazê-lo. Quando a sua mãe lhe pedia para correr e pegar um livro
para ela, e a Susy parecia mal disposta, ou ia bem devagarinho, ou dizia: “Ah,
mãe!”; então o seu pai olhava para ela e dizia: “Pare, Susy! Você não pode ir. Ninguém
deve ajudar a mamãe agindo ou falando assim!” E então ele mesmo ia até à prateleira e pegava
o livro por si mesmo, e a Susy se sentia tão envergonhada!
E logo que o Robbie cresceu um pouco e podia
usar os seus próprios pés e mãos, a Susy aprendeu com o seu comportamento a
obedecer rápida e alegremente; pois não importava o quão ocupado o Robbie
estava, ele sempre sorria quando o seu pai lhe pedia para pegar alguma coisa
para ele; e se a Susy não pulasse naquele exato momento em que lhe mandavam, o
Robbie iria primeiro e então ele ganharia um doce beijo e um amoroso sorriso
como recompensa.
Mas você não deve pensar que a Susy
nunca tentava ser boazinha ou que ela nunca fazia o bem. O seu pai e a sua mãe
muitas vezes sentiam grande conforto em ver que certas vezes ela realmente
tentava fazer coisas gentis e amáveis por eles. Quando ela via que o seu pai
parecia cansado, ela muitas vezes ia até ele e dizia:
- “Querido papai, quando eu crescer, eu vou
fazer todo o trabalho pra que o senhor possa só ficar sentado!” - Ou então – “Eu
posso lhe fazer um cafuné, ou pegar os seus chinelos?” E quando a sua mãe via
que ela se sentia e se comportava tão docemente, ela não esquecia de lhe
contar, logo antes dela ir para a cama, o quanto ela tinha ficado contente com
a sua boa atitude.
- As minhas mãozinhas têm sido
boazinhas hoje - ela disse em uma certa noite. - E eu espero que a mamãe venha
beijá-las quando elas tem sido boas.
A sua
mãe sorriu, e as beijou, e então Susy as fechou juntamente e se ajoelhou para
orar. E depois que ela estava em sua cama, ela disse:
- As minhas mãos não serão mais tão danadas.
Elas nunca vão bater no Robbie, nunca vão tomar os seus brinquedos e nunca vão
tocar nas coisas dos outros.
E então a sua mãe lhe contou uma
história sobre uma menininha que teve de ficar de pé ao lado do caixão do seu
irmãozinho, e que, tomando aquela pequena e fria mão, a beijou e disse: “Esta
mãozinha nunca me bateu!” A Susy ficou quietinha e pensativa, e ela pensou por
um bom tempo depois de ouvir esta história.
- Mamãe! – ela disse, afinal – Eu vou tentar
fazer o bem. E então, talvez, quando eu morrer, você vai lembrar de mim e você
poderá tomar a minha mãozinha e dizer: “Esta mãozinha nem sempre foi boa, mas
ela tentou ser boa e, algumas vezes, ela me acariciou e me amou.”
Então a Susy levantou a sua mão e fez carinho
nas bochechas da sua mãe e continuou dizendo: “Querida mamãe, doce mamãe!”, até
cair no sono.
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